quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Reflexão a partir de um comentário...

Existem muitas semelhanças entre educação de jovens e adultos e educação infantil, se levarmos em consideração que um planejamento para jovens e adultos precisa partir da realidade e dos conhecimentos construídos ao longo dos anos por estes educandos, utilizando de uma metodologia que se ajuste a estas características, possibilitando que o ensino/aprendizagem possa fluir de forma prazerosa e desafiadora, garantindo o interesse e a permanência destes na escola, estamos pensando numa boa alternativa para a educação infantil.
O que importa neste caso, é não levarmos propostas infantis para o trabalho com jovens e adultos, uma vez que este grupo possui uma trajetória de vida mais longa (e provavelmente mais complexa), repleta de experiências, saberes, reflexões sobre si, o outro e o mundo, e com uma imagem subjetiva da sua própria capacidade de aprender e de produzir conhecimento, imagem esta que aflora no retorno a escola, produzindo um significado todo especial às vivências escolares, que precisam ser levadas em conta no momento de planejar , desenvolvendo uma pratica voltada para estes aspectos.
Seguimos conversando...

domingo, 15 de novembro de 2009

Práticas de alfabetização na escola

Inicio esta reflexão, confidenciando que adoro alfabetização e tudo que envolve este tema me chama atenção e me encanta.
Bem, os textos lidos este semestre mediados por diversas interdisciplinas, nos mostram que muito mais que alfabetizar-se nossos alunos precisam compreender o sentido da escrita e da leitura, ou seja, letrar-se. E ir além de ler e escrever, pedagogicamente falando, significa compreender a utilização do código escrito, sem necessariamente estar alfabetizado, através das mais diversas práticas sociais de leitura e escrita do mundo.
O que me chamou a atenção na leitura do texto “Nada é mais gratificante do que alfabetizar”, um texto produzido a partir de uma entrevista com Magda soares, foi a consideração aos métodos ditos “tradicionais”. Muito se criticou estes métodos depois da chegada do Construtivismo, como se nada dele fosse capaz de auxiliar a criança no seu aprendizado. Inclusive muitos professores experientes na área da alfabetização, passaram a negar todo e qualquer método para alfabetizar como se utiliza-los fosse pecado mortal. Na realidade, Magda Soares diz que antes do Construtivismo “se tinha um método e nenhuma teoria; depois passou-se a ter uma teoria e nenhum método.”
Concluo, então, que na prática da alfabetização não existe um único método eficaz, e que nem mesmo os métodos tradicionais devem ser descartados nesta tarefa. Precisa sim, haver convicção e segurança na proposta de trabalho acolhendo múltiplas alternativas e estratégias nesta busca, observando os resultados obtidos e construindo uma teoria própria, baseada na experiência que tenho e na realidade da turma que acompanho.
O que está faltando, segundo Magda Soares é justamente isso, “é uma integração dos resultados das diferentes pesquisas que possibilite a tradução deles numa atuação didática, docente, capaz de orientar a criança no seu aprendizado.” Talvez a falta dessa integração de resultados de pesquisas e de sua tradução em uma pedagogia da alfabetização é que explique as dificuldades que estamos enfrentando atualmente na alfabetização.

sábado, 7 de novembro de 2009

Relações interpessoais, convívio, intercâmbio de saberes... fatores imprescindíveis para o pleno desenvolvimento humano.

A interdisciplina de Libras, através do estudo do filme “O garoto Selvagem”, me colocou em situações de reflexão sobre as especificidades do comportamento humano. O filme retrata experiências de uma criança que, vivendo isolada por anos junto com os lobos, retrai suas capacidades de comunicação adquirindo comportamento puramente selvagem.
Este estudo me levou a interdisciplina de Ed. Especial, proferida no semestre passado onde estudamos sobre a importância das relações interpessoais entre os sujeitos e das múltiplas experiências para a redução das barreiras impostas pela deficiência.
No caso da surdez ou deficiência auditiva, a necessidade da comunicação é fundamental para que a criança desenvolva suas capacidades cognitivas não apenas para se fazer entender como também pra compreender o que lhe dizem.
O filme mostra a existência de uma Instituição Nacional de “Surdos-Mudos”, para onde eram levadas as crianças surdas da época, no século XVIII. Este local funcionava como um “depósito” para crianças anormais ou doentes, um ambiente onde os pais pudessem deixar seus filhos surdos, em segurança, mas sem se comprometer com sua educação. Deste modo, estas crianças ficavam sem a preciosa oportunidade de conviverem em família, utilizando e criando formas para se comunicar, para se fazer entender.
Antigamente, existia uma cobrança muito grande no sentido de ensinar ou “treinar” o surdo para falar desprezando e até punindo qualquer forma de comunicação por sinais. Atualmente a concepção é outra, a população e os governos, bem como, a próprio surdo, vem atribuindo maior importância ao uso da língua de sinais na construção da(s) sua identidade(s), ou seja, já vem se percebendo que este grupo de pessoas possui uma língua que foi criada e é utilizada por uma comunidade especifica de usuários.
É por isso, que atualmente não vimos mais nas escolas professores obrigando alunos surdos a terem que se adequar à oralidade dos não surdos. Hoje, com toda a pedagogia e a movimentação entorno da inclusão, temos escolas e profissionais procurando se aperfeiçoar em Libras. Como incentivo, muitas entidades não governamentais, bem como, o estado e seus municípios vem buscando colocar em suas áreas de curso, a Língua Brasileira de Sinais e assuntos ligados a identidade Surda. Isto, num passado não muito distante, nem se ouvia falar e as possibilidades de se encontrar um curso voltado para esta área eram muito raras.
O estudo desta unidade nos coloca a importância da inclusão, da cooperação no sentido de operar junto, e mais uma vez reforça a idéia de que a convivência, os momentos de troca são fundamentais para o pleno desenvolvimento humano.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Os desafios da EJA


Mais uma vez venho refletir sobre os ensinamentos proferidos pela interdisciplina de EJA. As discussões ocorridas na aula presencial e nas propostas de trabalho, fizeram com que eu, cada vez mais, me encantasse pelo desafio de escolarizar jovens e os adultos. Minhas reflexões postadas neste ambiente no início do semestre, parecem simplistas de mais, frente ao que penso agora sobre esta temática. Por várias vezes, insisti na necessidade de respeitar os conhecimentos trazidos pelos alunos como se esta estratégia fosse exclusivamente a chave para o sucesso do trabalho pedagógico com jovens e adultos em sala de aula.
Muito mais do que respeitar os conhecimentos e dar significado a eles dentro da sala de aula, é preciso ampliar este conhecimento, dando oportunidades para que os alunos discutam, compreendem e interpretem o mesmo, aproximando-o criticamente deste contexto. Assim, o processo de alfabetização acontece naturalmente, em meio a debates sobre a realidade de cada um e a realidade da comunidade em que vivem, apontando problemas, dificuldades, possíveis causas e soluções.
Desta forma os alunos dão sentido ao que aprendem, e são “reencantados” a acreditarem na possibilidade de mudar o mundo que receberam.
Muitas vezes este processo demora anos para apresentar avanços, já que o público jovem e adulto possui uma característica muito particular de construir conhecimento, uma vez que cresceram, se constituíram como cidadãos sem precisar dos conhecimentos escolares para sobreviver. Daí a importância do professor estar atento as peculiaridades de seu grupo, auxiliando, dando autonomia para que busquem por suas respostas, para que seus saberes, suas visões de mundo dialoguem com outros saberes e possam ser ampliados.
Termino com algumas palavras de Paulo Freire ouvidas no filme assistido na aula presencial e carinhosamente anotadas por mim: “Precisamos ter o gosto da briga, o gosto da luta pela superação de nossos obstáculos”.
A educação de jovens e adultos é ainda um desafio, mas um desafio provocador para aqueles que acreditam e lutam por uma sociedade mais justa, mais humana, mais igualitária.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

"Pedagogia da escuta"

A partir dos vários estudos proferidos pela interdisciplina de EJA, vejo que o trabalho com jovens e adultos necessita de um planejamento distinto do direcionado às crianças. Percebo que o maior desafio desta tarefa é tornar o ensino aprendizagem uma atividade envolvente aos alunos, e este é, indiscutivelmente, um desafio que enfrentamos com todos os alunos, de todas as idades, mas especialmente em EJA, esta atividade é ainda mais decisiva. E, definir por uma proposta interessante a estes alunos não é tarefa fácil, e para isso é fundamental OUVIR o que eles têm a dizer, é a chamada “pedagogia da escuta” que requer humildade, acolhimento, atenção e disponibilidade.
Paulo Freire (Educação,1994), relata que “o educador precisa partir do seu conhecimento de vida e do conhecimento de vida do educando, caso contrário, o educador falha”.
Nunca trabalhei com jovens e adultos, mas no conjunto de saberes que tenho como verdade no processo de aprendizagem, encontra-se a necessidade de partir da realidade de vida do aluno, dos conhecimentos que já possui, de suas dúvidas e indagações sobre o mundo para que o ensino se torne atrativo e significativo para ele.
Os jovens e os adultos trazem consigo uma bagagem de conhecimentos e experiências que a vida lhes ensinou, eles são, como disse a professora Anézia Viero na aula presencial, experimentados pela vida, e cabe ao professor aproveitar este manancial de conhecimentos trazidos pelos alunos para que este se “encontre” na sala de aula.
É preciso analisar também que muitos destes alunos têm uma imagem negativa da escola, seja pelas reprovações que tiveram, seja pela falta de estímulo encontrada anteriormente e relutaram muito para retornar a ela. Estes alunos precisam resgatar o sentimento se sentir-se capaz novamente, e a escola pode colaborar nesta tarefa, oferecendo a ele oportunidades de mostrar suas habilidades e conhecimentos construidos ao longo dos anos, no trabalho, na comunidade, na família.
Precisamos repensar a nossa pratica pedagógica como um processo de conscientização como um todo. Se conseguirmos enquanto educadores, fazer com que nosso aluno se perceba como sujeito da sua própria aprendizagem, muitos problemas educativos atuais estarão solucionados, especialmente em EJA, o problema da evasão.
Infelizmente a grande maioria dos alunos em EJA direcionam seus estudos basicamente para conseguir um emprego melhor, para tirar a carteira de habilitação, para não depender mais dos outros para escrever ou ler um bilhete. Isto nos leva a levantar a bandeira por uma educação inovadora, que mude esta concepção onde o estudo, a educação tem fim quando acaba o ano letivo, quando o sucesso vem numa “nota” boa na prova. A educação vai muito além do que se é discutido em sala de aula, mas pode começar nela. A sala de aula pode significar a independência de muitos alunos, não somente pela alfabetização, mas pela ampliação de seus conhecimentos sobre o seu mundo, sobre a sua realidade.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

PEDAGOGIA DE PROJETOS

Diversas interdisciplinas deste semestre estão nos oferecendo subsídios sobre as especificidades da pedagogia de projetos nos interando sobre aspectos positivos e desafiadores desta metodologia de aprendizagem.
Percebo que o maior desafio do trabalho por projetos é a definição do tema articulador do trabalho, uma vez que é em torno dele que as atividades serão propostas e realizadas.
Sendo um tema de interesse da turma, as aprendizagens tornam-se significativas, os alunos fazem conexões com seus conhecimentos e os estudos realizados.
Nesta metodologia a organização dos conteúdos a serem abordados, não se dá de forma rígida, pois há um respeito a estrutura lógica e seqüencial dos alunos. Os estudos vão sendo realizados seguindo o ritmo, curiosidade e necessidades de cada um.
Organizar e registrar as informações obtidas é outra etapa significativa do trabalho por projetos. É importante que os alunos passem da experiência concreta para as mais distintas formas narrativas, linguagem visual, escrita, desenhos, pinturas, maquetes, etc. Assim, o material produzido vai se tornando uma memória pedagógica do trabalho e uma fonte de consulta para novos estudos da turma. Deste modo o aluno poderá experimentar, observar, estabelecer relações, analisar, levantar hipóteses, argumentar, julgar, sendo, portanto, capaz de produzir e não de, simplesmente, repetir.
Outros estudos podem ser propostos simultaneamente com cada projeto, as organizações de cada proposta não podem ser escolhas lineares da professora e sim relacionais, exaltando, mais uma vez a importância da reflexão na tomada de decisão do professorado.
Portanto, torna-se importante não apenas o que cada professor fez juntamente com seus alunos, e sim o processo de tomada de decisões realizado quando escolheu alguns materiais e não outros, quando esperou um resultado frente a outro possível, quando propôs alguns objetivos entre uma multiplicidade.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

PA x PE

Não sei por qual razão resolvi neste momento refletir sobre PAs, só sei que considero importante esclarecer algumas considerações particulares que construí ao longo deste curso com relação a esta nova metodologia de aprendizagem.
Lembro-me que quando cursava Magistério, a 12 anos atrás, o grande aliado do ensino aprendizagem era o Projeto de Ensino. Na época, esta era a concepção inovadora e ao mesmo tempo necessária para que o aprendizado ocorresse em sala de aula de forma significativa para o educando.
Falava-se muito em partir da realidade do aluno e respeitar seus conhecimentos prévios na construção de um projeto, mas jamais se questionava se o que estávamos propondo era do interesse dos mesmos. E, ignorando as curiosidades e os anseios dos alunos, construíamos o NOSSO projeto e conduzíamos nossas aulas segundo nossas vontades, propondo atividades que considerávamos muito interessante para os alunos. Resumidamente, era como se sugerir um tema e trabalhar a partir dele as mais diversas áreas do conhecimento fosse, indiscutivelmente, ser interessante a todos da turma.
Atualmente a visão é outra. Enquanto que o Projeto de Ensino sugere estar “ensinando” algo a alguém, o Projeto de Aprendizagem indica estar havendo aprendizado sem que necessariamente alguém esteja ensinando algo. Nesta perspectiva, o grande responsável pela construção do projeto, passa a ser o aluno ou um grupo de alunos movidos pelos mesmos interesses.
Assim, compreendo o PA, como uma oportunidade de o aluno estar buscando pelo que deseja, pelo que tem curiosidade com a “permissão” da escola, isto é, o educando vê a escola, vê o espaço de sala de aula, como sua aliada no alcance de seus desejos. Nesta busca, muitas vezes particular por uma resposta, o aluno constrói e experimenta do sentimento que tanto desejamos ver construído nele, o “sentimento de ser capaz” de agir com responsabilidade e participação.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Educação de Jovens e adultos - uma reflexão sobre as práticas de alfabetização

Homens e mulheres, por meio de sua ação intencional sobre o meio que os cerca, produzem socialmente o saber. Isto implica que ninguém é desprovido de conhecimento. O que há, segundo Freire, são saberes e culturas diferentes com as quais e nas quais temos que crescer enquanto sujeitos, mas sobretudo pelas quais temos que lutar. Jamais, portanto, para ele, devemos negar a cultura dos homens e das mulheres do campo; os seus saberes, suas culturas e tradições.
É, portanto, da riqueza dos seus saberes, de que devemos partir, para o desenvolvimento do processo de alfabetização, numa permanente relação dialética entre o saber popular e o saber sistemático.
Ler e escrever a palavra só nos fazem deixar de ser sombra dos outros quando, em relação dialética com a leitura do mundo, tem que ver com que o chamo a re-escrista do mundo, que dizer, com sua transformação. Daí a natureza política, não necessariamente partidária, da educação em geral, da de adultos e de alfabetização em particular” ( FREIRE, 2000, p.88).
Isso irá nos possibilitar, de forma consistente, desenvolver o que Freire denomina de leitura de mundo, como práxis pedagógica para a superação da consciência ingênua do alfabetizando para a construção de uma consciência crítica a despeito de sua realidade. Razão pela qual, Freire recusa toda e qualquer prática pedagógica tecnicista, onde o ensino da leitura e escrita se dão numa repetição mecânica das famílias silábicas ou na memorização de palavras alienadas. Para Freire, o conteúdo que vai mediar a relação entre os sujeitos para a produção da escrita e da leitura, deve necessariamente emergir da realidade do alfabetizando, é dela que surge o tema gerador o qual possibilitará uma problematização de forma interdisciplinar.
E em se tratando de jovens e adultos, esta concepção se torna ainda mais imperativa, uma vez que as marcas das experiências destes sujeitos se encontram ainda mais fortes e presentes não somente no meio familiar, mas no meio profissional, espiritual, etc.
A flexibilidade curricular deve significar um momento de aproveitamento das experiências diversas que estes alunos trazem consigo como, por exemplo, os modos pelos quais eles trabalham seus tempos e seu cotidiano.
Os alunos de EJA precisam “sentir-se” dentro da sala de aula através de situações pedagógicas que valorizem e que “dêem significado” as especificidades deste grupo, caso contrário o abandono da escola será a alternativa mais coerente a estes sujeitos

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Reflexões a partir do texto: “Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola” (KLEIMAN, 2006).

Ângela B. Kleiman (2006), afirma que a escola, sendo a mais importante agencia de letramento, não se preocupa com o letramento social e sim com um tipo de letramento, o escolar, porque a ela foi concebido historicamente este papel, o de direcionar seu trabalho unicamente para o processo de aquisição de códigos (alfabético, numérico) o que foi por muito tempo, suficiente para diferenciar o alfabetizado do analfabeto. Cabe ressaltar que são sobre estas competências, que até hoje se avalia o sucesso ou o fracasso do aluno na escola, associando a aquisição da escrita ao desenvolvimento cognitivo.
Os estudos da autora revelam que o modelo que determina as práticas escolares é o modelo autônomo de letramento, que considera a aquisição da escrita como um processo neutro que, deve promover atividades necessárias para desenvolver no aluno, a capacidade de interpretar e escrever e, neste sentido adverte: “os correlatos cognitivos da aquisição da escrita na escola devem ser entendidos em relação às estruturas culturais e de poder que o contexto de aquisição da escrita na escola representa.” (2006, p. 39)
Podemos observar que existem inúmeras práticas sociais onde vários agentes mediadores transmitem saberes e características próprias de uma cultura. A TV, a igreja, o local de trabalho, a família dentre outros, são agentes com muita influencia no aprendizado e letramento dos indivíduos. Assim, não somente o professor, nem só a escola, embora estes sejam agentes privilegiados pela sistemática planejada e intencionalidade assumida, são praticas de aprendizagem e letramento.
Para Street, o que cada sociedade considera como práticas particulares de letramento e quais os conceitos de leitura e escrita utilizados nessas práticas dependem do contexto (1984, p.01). Nesse sentido, pesquisas sobre letramento na escola devem considerar as especificidades dos usos da leitura e da escrita nesse contexto, influenciados pelas marcas da cultura escolar. A sala de aula, espaço de circulação e de construção de práticas de letramento, deve ser compreendida no sentido atribuído por Collins & Green (1992): um espaço “culturalmente constituído”, através dos padrões e práticas construídas pelos sujeitos participantes do processo interacional para que assim seja possível alfabetizar letrando.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Estudo do texto “Planejamento: em busca de caminhos” (RODRIGUES, 2001)

A interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação através do texto “Planejamento: em busca de caminhos” de Maria Bernadette Castro Rodrigues, me ofereceu uma bela oportunidade para refletir a respeito de um planejamento de ensino.
No início de seu texto, Rodrigues destaca seu descontentamento e preocupação frente ao descaso das estagiarias de sua escola (no início dos anos 80) com relação aos planejamentos de ensino que elaboravam, e narra: “(...) Naquela época, incomodava-me a forma como as alunas encaravam as exigências de planejamento. Incomodava-me ficarem os planos no setor pedagógico distantes e esquecidos. Havia uma mecanização instalada e aceita. Planejamento era uma chatice, servindo apenas à burocracia.”(Rodrigues, 2001, p.60)
Conforme ia lendo os relatos da autora, ai me reconhecendo naquele cenário, na minha época de estágio, onde o planejar era tido como um "ritual" muito chato e pouco necessário.
Este meu “olhar” negativo sobre o planejar foi desconstruido quando me vi com minha própria turma, sem obrigações burocráticas quanto a este procedimento, mas com total dependência destes registros para a organização de minha prática e alcance de meus objetivos pedagógicos. A inexistência de “cobranças” (de supervisores) me deixou livre para organizar meus registros conforme meus critérios particulares e isto me favoreceu bastante e, assim, o procedimento chato e desnecessário passou a ser indispensável.
Rodrigues, através de uma breve amostragem de sua história pessoal, argumenta a favor do uso de um "planejamento de e com intenções" e, conseqüentemente, da relevância do "conhecimento das razões, porquê e para quê no sentido de qualificarmos cada vez mais o como".
Em seu texto Rodrigues cita Danilo Gandin, autor do livro "Planejamento como prática educativa” (1985), grande professor que tive o prazer de conhecer numa Jornada Pedagógica oferecida pelo município de Três Cachoeiras. Gandim reforça as idéias da autora ao afirmar que:

“Planejamento é elaborar - decidir que tipo de sociedade e de homem se quer e que tipo de ação educacional é necessária para isso; verificar a que distância se está deste tipo de ação e até que ponto se está contribuindo para o resultado final que se pretende; propor uma série orgânica de ações para diminuir esta distância e para contribuir mais para o resultado final estabelecido; executar - agir em conformidade com o que foi proposto e avaliar – revisar sempre cada um desses momentos e cada uma das ações, bem como cada um dos documentos deles derivados” (Gandin, 1985, p.22).

Tal posicionamento a respeito do “planejar” nos coloca claramente a função deste procedimento no cotidiano escolar e reforça sob que bases ele deverá ser fundamentado. O planejamento de ensino além de registrar objetivos, conteúdos, estratégias/desenvolvimento, recursos e avaliação, deverá envolver também a anotação dos acontecimentos ocorridos no cotidiano escolar e reflexões a cerca da pratica docente. Assim, vejo os planos de aula como instrumentos de trabalho, prática fundamental que mostrará que caminhos seguir para alcançar os objetivos almejados.
Por fim, concluo transcrevendo as palavras de Madalena Freire, que estende esta tarefa docente a toda a humanidade, uma vez que "fazer planos é coisa provavelmente conhecida do homem desde que ele se descobriu com capacidade de pensar antes de agir" (Ferreira, 1985, p.27)

Texto produzido a partir da leitura de um fragmento de texto de Maria Bernadette Castro Rodrigues: “Planejamento: em busca de caminhos”. Porto Alegre: Mediação, 2001. P. 59-65 e 72-73.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Comênio e suas contribuições para a educação atual.

João Amos Komensky - Comênio (1592-1670)

A leitura da "Didática Magna", de Comênio, considerado o pai da pedagogia moderna, me inspirou a refletir sobre a educação atual.
Se considerarmos os quatro principais elementos contidos em sua pedagogia: a consideração do aluno, o ensino igual para todos, o realismo do ensino e, o bom relacionamento entre professor e aluno, veremos que está contido aí o cerne de uma educação de qualidade.
A Pedagogia de Comênio, construída a mais de 300 anos, continua a iluminar nossos caminhos ao ressaltar a importância de realizarmos em sala de aula , um trabalho voltado para os interesses dos alunos (ainda que muitas vezes fiquemos presos a atributos curriculares), respeitando suas habilidades e limitações.
Da mesma forma em que aborda a importância de uma escola inclusiva, aberta para todos, independente de classe social, sexo, idade ou deficiência e preparada para oferecer um trabalho pedagógico voltado para as especificidades de sua clientela. Do mesmo modo o lúdico, as artes, as relações afetivas são tidas pelo autor como chaves para introduzir as crianças no mundo do conhecimento.
Assim, é visível a presença de elementos fundamentais nesta pedagogia para um ensino de qualidade, ou seja, para a formação de indivíduos com maior conhecimento de si mesmos e com melhor capacidade de autocrítica.
A Didática Magna, já traz no prefácio o lema de todos que lutam por uma educação de qualidade: “A proa e a popa da nossa Didática será investigar e descobrir o método segundo o qual os professores ensinem menos e os estudantes aprendam mais” (1657). É impressionante como, tendo se passado mais de três séculos, acreditamos, enquanto educadores, que a metodologia de Comênio (salvo alguns elementos da época) possibilitará que a educação exerça sua verdadeira função: formar seres pensantes, livres na sua autenticidade e com poder de decisão.
Seguimos caminhando na busca por este ideal à luz das idéias de Comênio!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

EIXO VII

As férias foram longas e suficientes para recarregar as forças para esta nova etapa do curso.
Já estamos no 7º semestre e conseguimos visualizar as grandes conquistas que alcançamos em termos de conhecimento nesta caminhada, porém bem sabemos que ainda temos muito a aprender e ensinar também, uma vez que o ser humano é um ser inacabado e, como dizia Paulo Freire, é o único ser que possui consciência do seu inacabamento.
Sendo assim então, um bom e produtivo semestre a todos colegas de todos os Pólos!!!

domingo, 28 de junho de 2009

Filosofando sobre a profissão docente...

Vivemos em uma época marcada por uma crise dos valores éticos, onde muitas vezes o coletivo é sacrificado em favor de uma satisfação particular. Os autores Adorno e Kant encaram a educação, tanto a familiar como a escolar, como uma solução e um problema para esta crise, pois as veem como responsáveis pela formação intelectual dos indivíduos. Desta forma, ambas devem ser focos de constantes análises, estudos, e aperfeiçoamentos por parte daqueles que pretendem ensinar alguém, para que não favoreça a barbárie.
Os autores Kant e Adorno também destacam em seus escritos que somente por meio da educação é possível se chegar a um homem num estado melhor da espécie, isto é, um homem que seja capaz de construir suas próprias idéias libertando-se da insuficiência dos velhos conceitos perpassados pelo senso comum, um “homem humano”.
À luz das idéias de Kant e Adorno me remeto a sala de aula e percebo a urgência de buscarmos através da educação uma forma de desenvolver nos educandos suas capacidades de gerenciar seus pensamentos e agir com responsabilidade social, pois somente o exercício de uma educação voltada para a transformação, seria capaz de produzir a autoconsciência crítica naqueles que sem ela não teriam como hábito produzir suas próprias idéias através da reflexão.
É inadmissível que a escola contemporânea continue a reproduzir valores de uma elite que se mantêm em função da ignorância e ingenuidade do povo. Aí está fundamentada a educação “problema”, onde os alunos ainda recebem aulas expositivas, em cadeiras enfileiradas, calados, sem liberdade de expressão. Aprendendo a obedecer e a seguir ordens como se não tivessem direito de contestar. O desenvolvimento da autocrítica só é possível quando há o direito de todos exporem suas idéias e de argumentar sobre suas hipóteses num ambiente de respeito mutuo.
Acredito que a principal meta da educação pública é proporcionar ao educando não somente a aquisição de conhecimentos, como também formas de afastar-se de velhos conceitos, libertando-se das amarras da opressão e do monopólio da classe dominante, valores estes essenciais para a emancipação e libertação do individuo, na busca por uma sociedade mais justa e humanitária.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Desenvolvimento Moral - Uma reflexão sobre a violência na escola.

Um ganho muito grande na Aula 11 ministrata pela Interdisciplina Psicologia II, foi sem dúvida, a tomada de consciência, quanto ao que pode ser ou não um ato violento na escola.
O desenvolvimento moral da criança de dá em fases que correspondem ao seu desenvolvimento intelectual, assim muitas das situações agressivas que observamos em sala de aula, são apenas conseqüência do processo de maturação da criança.
Com base nas referencias de Piaget (1987), é possível afirmar que as crianças até em torno dos dez anos estão em plena construção das noções de justiça, solidariedade, intencionalidade e responsabilidade, o que as torna protagonistas de muitos conflitos. Assim, mesmo sem intenção de machucar, o objetivo era saciar o seu desejo, por isso, puxar, empurrar, morder parece ser uma decisão correta até certo ponto. Daí a grande importância da supervisão permanente de um adulto, para auxiliar a criança a interiorização de seus limites.
Estas situações freqüentes do cotidiano escolar formam um conjunto de oportunidades onde o professor, como adulto, poderá introduzir normas sociais a criança, apresentando parâmetros para que ela venha a agir moralmente. É essencial para o desenvolvimento moral da criança receber subsídios externos do ambiente em que vive, que auxiliem para a sua autonomia futura.
Enquanto educadores, nossa tarefa é sensibilizar a criança quanto ao sentido da cooperação e o respeito com outras crianças e adultos, introduzindo normas sociais voltadas para o bem comum. Piaget (1987) reforça a importância da orientação adulta para a estruturação do desenvolvimento moral, e afirma que ditar regras ou impô-las significa não favorecer a criança a construção da fase seguinte, a autonomia. Como coloca Macedo (2005, p. 146): “(...) Multas, repressões, advertências ou punições podem funcionar, pelo menos em curto prazo, mas pouco a pouco estragam aquilo que é base de toda a disciplina: a entrega de alguém à outra pessoa (ou idéia) que lhe serve de referência e sentido”. Assim, a autoridade precisa ser cautelosa e agir permeada de argumentação e possibilitar, na medida do possível, a reflexão da criança sobre as intenções em seus atos.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Questões Étnico-raciais na educação

A interdisciplina Questões étnico-raciais na Educação tem nos sensibilizado quanto a necessidade de inserir no currículo escolar praticas pedagógicas de caráter permanente, voltadas para as questões étnico-raciais.
Hoje, mais do que nunca estamos envolvidos neste debate, onde renasce a reflexão sobre o papel da escola como espaço de recuperação e afirmação de identidades. Estas reflexões nos levam a levantar a bandeira por uma educação que respeite as especificidades de cada aluno, especialmente aqueles que trazem consigo um histórico de rejeição e discriminação, como é o caso do pobre, do negro e do indígena.
Penso que cada criança possui um esquema de pensamento que a orienta sobre o que é bonito e feio, o ideal e o que deve ser evitado, fruto de sua cultura familiar e da imagem perpassada pelos meios de comunicação e até mesmo pela escola ao longo dos anos. É necessária a contextualização deste ideal em sala de aula, pois “... reproduzimos em nossa vida adulta o que foi registrado em nossa infância.”(Marilene Leal Paré, Auto-imagem e Auto-estima na Criança Negra: um olhar sobre o seu Desempenho Escolar), daí a grande importância de começar este trabalho voltado para questões étnico-raciais desde a educação infantil, onde o eurocentrismo ainda não está totalmente fixado e de onde irão aflorar estas concepções. Se as crianças, desde pequenas, conviverem e aprenderem a aceitar as diferenças do outro como uma forma de enriquecimento intelectual delas próprias, a possibilidade de se tornarem adultos preconceituosos é mínima.
É de suma importância à escola contemporânea abordar assuntos voltados para a questão étnico-racial em sala de aula, como forma fundamental para que estes alunos se reconheçam na diversidade social, valorizando e dialogando com outros modos de pensar e viver e, para que carreguem em suas memórias uma carga de saberes suficientemente capazes de abolir com qualquer sentimento de preconceito contra o que lhe possa parecer “diferente”.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Educação Especial

A interdisciplina de Educação Especial e seu trabalho voltado para inclusão, tem possibilitado nesta etapa de estudos, conhecer as principais características dos “sujeitos” de nosso estudo, isto é, os deficientes físicos, mentais e autistas.
As Unidades 4 e 5, trouxeram como sugestões vários vídeos com imagens reais de sala de aula, onde alunos deficientes usufruem da possibilidade de participar da vida social, convivendo e experienciando situações com outras crianças ditas “normais”. Vimos também que este estímulo deve iniciar já na educação infantil, pois quanto mais precoce forem estimuladas, mais cedo inicia-se seu processo de desenvolvimento e suas chances de ultrapassar as barreiras de sua deficiência são maiores.
Na educação infantil, é importante que estas crianças participem de brincadeiras corporais e sensoriais e recebam estímulos musicais, afetivos, etc.
Podemos também conhecer aspectos da Tecnologia Assistiva (TA), que trata-se de um suporte e/ou recurso, usado pelo aluno deficiente físico para ampliar seu potencial e operar conforme suas limitações. Este recurso pode inclusive acompanhar o aluno para fora do ambiente escolar, colaborando para que sua vida social seja o mais independente possível.

Vídeos sugeridos para as Unidades 4 e 5:
Atendimento Educacional Especializado
Autismo (Cleonice Bosa)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Novo PA em desenvolvimento!

Recebemos a orientação do SI para criarmos um novo PA, e desta vez com muito mais experiência sobre o assunto, optamos por uma proposta de projeto onde as pesquisas de campo fossem a base principal de nossa investigação.
Meu grupo, formado pelos colegas Edivan, Deise, Tanara, Catiane, já são companheiros de longa jornada e, portanto com muita afinidade e disponibilidade ao diálogo e a troca de conhecimentos.
Como o colega Edivan está residindo em Santa Catarina no momento, trabalhar a distância será a única alternativa para trocarmos informações, representando uma grande mudança nas relações deste grupo, que se reunia basicamente presencialmente. Creio que esta mudança, possibilitará que aprimoremos e fortalecemos nossa relação com as ferramentas tecnológicas, permitindo o registro sistemático destes encontros, quesito que deixamos a desejar no PA desenvolvido anteriormente em função dos encontros terem sido sempre presenciais.
O grupo teve seu primeiro encontro virtual na noite do dia 18/05, onde criamos o PBwork para o PA e respectivas páginas individuais, decidimos a pergunta central e informamos aos professores interessados das conquistas alcançadas pelo grupo nesta noite.

Para acessar o PBwork de nosso PA, clique aqui.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Visita histórica à cidade de Mostardas

Neste semestre fomos presenteados com um convite, realizar um passeio histórico na cidade de Mostardas e vir a descobrir nesta região traços de nossa historia, ainda muito preservados.
Na ocasião, visitamos uma comunidade Quilombola, onde remanescentes de escravos nos forneceram informações precisas de como se deu a doações de terras para o grupo e como foi realizada a divisão dos terrenos. Nos descreveram que atualmente este território vem sendo invadido por fazendeiros e loteadores e que está sendo muito complicado e demorado legalizar e validar a posse das terras para a comunidade.
Na conversa conhecemos aspectos da cultura Quilombola, como tradições e festas religiosas, rituais de cura e de “feitiços” através de rezas, bem como tivemos a oportunidade de observar a confecção artesanal de tapetes e colchas com lã de ovelha em teares manuais, cuja arte continua de geração em geração desde os tempos de escravidão.
Nossa visita transcorreu-se pela cidade onde a arquitetura açoriana se fazia visível na construção e disposição das casas e prédios, e nos levavam a viajar na historia e perceber concretamente a sua razão de ser.
O Secretário Turístico da cidade nos acompanhou dando-nos informações sobre a luta que vem sendo conscientizar os munícipes da importância de preservar a arquitetura da região. Na ocasião foi possível observar que fora construído recentemente uma casa na rua principal da cidade, cuja arquitetura açoriana não foi respeitada, ficando visível a quão difícil é “segurar o progresso” em função da preservação da história.
Nosso passeio encerrou-se no Parque Nacional da Lagoa do Peixe, onde vislumbramos uma grande variedade de aves migratórias e algumas nativas. A área protegida oferece um ecossistema diferenciado, com características de restinga, onde a mata nativa, banhados, dunas costeiras e faixas de praia fazem desta região um lugar todo especial.



sexta-feira, 8 de maio de 2009

História e cultura dos afro-descentes no Brasil

O enfoque III da interdisciplina Questões Étnico-Raciais na educação: Sociologia e História, trouxe a proposta de realizarmos uma entrevista dialogada com alunos negros de nossa escola, onde a pergunta desencadeadora seria “Como você se sente como aluno(a) negro(a) nesta escola?”. Esta atividade possibilitou-me, como educadora, relacionar as dimensões afro-culturais apresentadas pelos alunos ao seu rendimento escolar. Realizei a entrevista com os 2 únicos alunos negros de minha escola, 2 irmãos e com características totalmente singulares um do outro.
O menino (14 na 6ª série), absolutamente reservado, não deixa transparecer seus sentimentos e emoções, raramente ouve-se sua voz na sala de aula, não obtém um bom rendimento escolar e parece indiferente ao que ocorre a sua volta, levando-me a crer que tenha sofrido algum ato discriminatório em sua trajetória de vida que fez com que diminuísse sua auto-estima e confiança inibindo seu desenvolvimento cognitivo.
Marilene Leal Paré em seu texto “Auto-imagem e Auto-estima na Criança Negra: um olhar sobre o seu Desempenho Escolar”, reforça esta idéia na medida em que compreende a descriminação ao aluno negro como fator principal para a repetência escolar, onde a mágoa, a tristeza, a baixa auto-estima dão origem a uma série de comportamentos negativos ao aluno como a vergonha de ser negro e o desgosto pela sua identidade afro, refletindo em seu baixo rendimento escolar.
Este fato pode ser compreendido ao analisarmos a postura contrária da menina entrevistada (9 anos na 4ª série) frente a sua negritude, ao mostrar-se absolutamente consciente de seu valor e de suas potencialidades enquanto negra, manifestando-se com destaque e exuberância, com sua alto-estima elevada, conseguiu alcançar sucessos sucessivos na sua aprendizagem escolar.
Hoje, mais do que nunca estamos envolvidos neste debate, onde renasce a reflexão sobre o papel da escola como espaço de recuperação e afirmação de identidades. Estas reflexões nos levam a levantar a bandeira por uma educação que respeite as especificidades de cada aluno, especialmente aqueles que trazem consigo um histórico de rejeição e discriminação, como é o caso do negro e do indígena. Da mesma forma, é preciso também que refletimos sobre o sistema educacional público e seu trabalho com relação a questões étnico-raciais, uma vez que crianças negras e pobres dependem desse sistema para continuar sua escolarização e, consequentemente sua profissionalização.
Ao final desta atividade, concluo que mais do que respeitar e “cobrar” respeito as características e dimensões do aluno negro, é preciso contextualizar a cultura afro na sala de aula no sentido de “cultivar” as infinitas expressões destes expressas no seu modo de vida , nas motivações, nas crenças, nos valores, nas práticas, nos rituais, na identidade, como condição para que este aluno não se sinta inferior aos outros e para que seja de fato respeitado e considerado na escola e na sociedade não apenas porque existem leis que punem atos de racismo, mas porque este tipo de comportamento é infundado e sem propósito.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Desenvolvimento da aprendizagem sob enfoque da Psicologia

Estamos dando continuidade a um trabalho iniciado no Eixo II sobre o desenvolvimento do intelecto humano, neste momento enfocando nosso estudo nas teorias de Piaget.
Como sabemos, Piaget foi um grande estudioso suíço que fundou em Genebra, um centro de investigações e pesquisas sobre o desenvolvimento da inteligência humana. Tais investigações permitiram que Piaget formulasse sua teoria propondo que a inteligência evolui de uma estrutura simples inicial, a qual através do contato do ser humano com desafios da meio ambiente circundante, vai se tornando mais complexo e se ampliando, passando por estágios mais ou menos prévios.
Piaget distinguiu quatro grandes estágios, que denomina como “Os Estágios do Desenvolvimento”:

Sensório-motor: Corresponde aproximadamente aos 18 primeiros meses de vida. É um período marcado por extraordinário desenvolvimento em termos mentais, onde se percebe claramente “uma conquista de um novo universo prático”, através das percepções e dos movimentos. Neste estágio inicia-se a capacidade de representação da realidade, de forma que o que não está mais presente visivelmente, não mais existe. Estende-se desde o nascimento da criança até à aquisição da linguagem.

Pré-operatório: É o segundo grande estágio do desenvolvimento cognitivo de Piaget. A criança ingressa nesse estágio com aproximadamente 2 anos, quando está saindo do estágio sensório-motor, e emerge aos 7 anos, quando o estágio se superpõe ao das operações concretas.
Enquanto que no estágio anterior o comportamento da criança limitava-se a “ações na realidade” neste existem “representações da realidade”. Seus processos de pensamento são usados a fim de encadearem ao real, ao presente, ao concreto. Agora a criança pode usar símbolos para representar objetos, lugares e pessoas. Sua mente pode ir acima do aqui e agora. Seu pensamento pode saltar a frente para prever o futuro e pode permanecer no que poderia estar acontecendo em algum lugar do presente. Este salto quantitativo no pensamento da criança se manifesta sob varias formas – desenho, imagem mental, jogo simbólico, linguagem – é o anúncio da função simbólica.
O pensamento da criança neste estágio é egocêntrico, de forma que não consegue lidar com idéias diferentes das suas, agindo como se as outras pessoas não tivessem sentimentos ou opiniões, ou se as tem, são menos importantes que as suas. As crianças pré-operatórias tendem a centrar, enfocam somente um aspecto de uma situação e omitem outras, o que conduz ao raciocínio ilógico.
Também neste estágio, as crianças são limitadas pela irreversibilidade, isto é, a criança não consegue reverter relações. Da mesma forma como não é capaz de entender o significado da transformação de um estado para outro. Pode-se perceber em experimentos de quantidade, líquidos, massa e outros.
A criança nesta fase pensa e aprende fazendo correr “seqüências de realidade em sua mente”, isto é, ainda não diferencia completamente a realidade da fantasia.

Operatório-concreto: Aproximadamente dos 7 aos 12 anos, o desenvolvimento intelectual apresenta-se de maneira lógica e coerente. A criança de capaz de usar símbolos de um modo mais sofisticado para executar operações, ou atividades mentais, em oposição às atividades físicas que eram a base de seu pensamento anterior. A criança neste estágio torna-se capaz de trabalhar com os princípios da invariância, reversibilidade e coordenação de relações; o trabalho mental a partir desses princípios leva a criança a adquirir uma compreensão de vários agrupamentos. A compreensão se orienta para a observação real dos acontecimentos concretos no ambiente da criança.
Quanto mais se aproximam dos 12 anos de idade, maior poder de concretização individual irão ter.
Por outro lado, tornam-se também capazes de cooperação e de uma vida em comum, Há uma descentralização do egocentrismo que as leva a “transformaras relações imediatas em um sistema coerente de relações objetivas”.
Esse período é marcado, sobretudo pela passagem da intuição à operação.

Operatório-formal: A característica desse estágio é a capacidade de a criança ou pré-adolescente, considerar a realidade não mais sob seus aspectos limitados e concretos e sim raciocinar em cada caso, sobre essa realidade, aumentando o numero de combinações possíveis, o que reforça os seus poderes dedutivos da inteligência. O adolescente já é capaz de pensar no que é possível, no futuro, em vez de se fixar apenas no imediato, formando esquemas conceituais abstratos.
Consegue compreender e relacionar de modo lógico noções abstratas, o que lhe possibilita um acesso infinito aos conteúdos do conhecimento e flexibilidade de pensamento. Procura não mais apenas soluções absolutas e imediatas, mas compreende e constrói sistemas teóricos buscando verdades mais gerais, implicando na abertura de sua estrutura mental para todos as possibilidades.

Ainda que o desenvolvimento intelectual humano fora dividido por Piaget em estágios, cada um caracterizando uma fase cronológica da vida, a idade de uma pessoa não é critério suficiente para sabermos em que estágio do desenvolvimento ela se encontra, embora seja um dos fatores a serem analisados.Existem vários fatores que influenciam no processo de desenvolvimento da aprendizagem humana: a maturação, uma vez que esse desenvolvimento cognitivo oferece estrutura e capacidade de aprender, a experiência no ambiente físico, que consiste no agir sobre os objetos e construir algum conhecimento sobre estes, a assimilação da transmissão social oferecida pelo meio social em que vive (linguagem, educação, etc.). Em outras palavras, uma criança tem seu desenvolvimento intelectual conforme a sociedade em que vive, os estímulos que recebe, as experiências que vivencia e também, na medida em que ocorre a maturação do seu sistema nervoso.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Filosofia da Educação: “O dilema do antropólogo francês” X “Juízo moral”

Os dois textos sugeridos para leitura pela interdisciplina Filosofia da Educação: “O dilema do antropólogo francês” e “Juízo moral”, ambos traduções do professor Luiz Carlos da versão inglesa “The language of moralls”, nos coloca em situações de grande análise e questionamentos a cerca de atitudes proferidas por um pesquisador que tinha como princípios “nunca interferir no modo de vida dos povos que estudava”.
Ao ser perguntado em uma de suas viagens se, por ter pele branca, seria um mensageiro dos deuses, o antropólogo, responde que sim. Porém é surpreendido com uma pergunta ainda mais difícil dos habitantes da ilha: “todos os homens brancos são mensageiros dos deuses, ou as nossas crenças estão erradas?” Neste momento, o antropólogo, mesmo tendo consciência de que suas palavras não seriam verdadeiras, responde que “sim”. O que poderia ter motivado o antropólogo a fazer tal afirmação, condenando este povo a ficar a mercê de visitantes mal intencionados?
A resposta é: seus princípios morais. De fato, seu juízo moral determinou que deveria ser conivente com o pensamento existente na ilha para que assim não interferisse na cultura existente nela. Então surge uma outra questão a ser analisada, até que ponto esta justificativa é válida? Os fins justificam os meios?
Estamos num processo de analise grandioso nesta interdisciplina cujos conceitos permeiam argumentos, premissas, condutas, princípios morais. E as descobertas estão surgindo em meio a momentos de muitos questionamentos e reflexões. Não poderia ser diferente em se tratando de filosofia, não é mesmo????

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Mosaico Étnico-racial...

O desafio de elaborar um mosaico numa turma da escola me cobrou um longo tempo de analise. Em primeiro lugar não conseguia ver nesta atividade uma forma clara de se trabalhar a diversidade existente no entorno das crianças, em segundo lugar, foi com relação a própria elaboração da atividade, não encontrava uma maneira de construir este mosaico de forma criativa e que viesse a despertar nos alunos o aprendizado que buscava.
Após dias de análise descobri uma forma de fazer desta atividade um despertar da turma para a descoberta de novos povos, novas culturas, novas etnias bem como para que as diferenças encontradas sejam aprofundadas e respeitadas.
A atividade foi aplicada numa turma de 4ª série, com 10 alunos, dentre estes 6 meninas e 4 meninos. No dia anterior a atividade, fotografei a turma e no dia seguinte levei-as já centralizadas focalizando o rosto de cada um.
A turma foi dividida em dois grupos, sendo que um deles construiria o mosaico recortando as fotos da turma em triângulos e o outro faria o mesmo mosaico com imagens recortadas de revistas. Minha intenção era poder trabalhar a diversidade de nossa sala de aula e posteriormente abranger esta reflexão para a diversidade existente em nossa sociedade.
Entre questionamentos e respostas, este trabalho resultou na compreensão de que não fizemos mais parte de uma determinada raça e sim de uma etnia, de uma cultura que recebeu influencias de tantas outras que não pode mais ser considerada pura, somos resultado de uma composição étnico-racial. Cada um de nós é diferente em muitos aspectos, na cor do cabelo, nos olhos, no conhecimento que construímos, no entanto somos semelhantes em muitas coisas, por exemplo, nos elementos de uma cultura que é ou foi comum para muitos.
As diferenças existem e é preciso aprofundar nossos conhecimentos a cerca delas para podermos compreender suas razões de ser.
A novela “Caminho das Índias” foi um exemplo claro descrito pelos alunos de inicial repulsa e de posterior admiração. Quando a novela começou a ser exibida, muitos relataram que não gostaram dela, pois as imagens apresentadas eram muito diferentes da nossa forma de viver: as roupas, as crenças, os costumes, a religiosidade, o transito; porém na medida em que foram assistindo e conhecendo melhor a cultura indiana, passaram a gostar e a respeitar as diferenças encontradas.
Não existe uma cultura que seja inferior ou superior a outra, existem culturas diferentes, que precisam ser conhecidas para poderem ser compreendidas e respeitadas.
Em nossa sala de aula, ainda que existam diferentes culturas, nunca presenciei uma cena de discriminação ou racismo. Percebo apenas que os meninos não gostam de se agrupar com as meninas e vice-versa, mas desde que iniciei minha caminhada no magistério, percebo que esta falta de afinidade pelo sexo oposto acontece com freqüência nas escolas.
Ao final desta atividade, me coloco no lugar de quem muito mais que ensinou, aprendeu. Jamais imaginei que os alunos fossem me dar tantas oportunidades de questionamentos e que fossemos ir tão longe nas questões culturais existentes em nosso entorno. Não estou subestimando meus alunos, muito pelo contrário, estou muito orgulhosa da capacidade que demonstraram de ir muito além do que eu própria esperava que fossem.
Não tenho duvidas de que esta foi apenas a atividade inicial para contextualizar este tema, e que a partir desta aula, as curiosidades demonstradas pelos alunos servirá de suporte para novas pesquisas e descobertas sobre os diversos povos, as diversas culturas, as diversas composições etnico-raciais existentes em nossa sociedade.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Educação Especial

O espaço oferecido no fórum intitulado: “Educação Especial: histórias e políticas” para debatermos questões referentes a Educação Especial e suas conquistas ao longo da historia, está sendo de muita valia a nós professores, de certo modo ainda muito inseguros com relação a este assunto.
Algumas colegas relatam suas preocupações com relação a inclusão de pessoas com necessidades especiais ser apenas “perda de tempo” para estes alunos, pois observam muitos alunos inclusos serem tão ou mais excluídos na escola regular do que em classes especiais. Além deste argumento muitos colegas, descrevem a triste realidade de presenciar encaminhamentos de alunos para acompanhamento especializado sem necessidade de tal apoio, ficando claro o desinteresse deste profissional para com seus alunos e evidenciando que seu comprometimento será mínimo com um aluno especial que eventualmente frequentará suas aulas.
Vale ressaltar, porém, que historicamente o Atendimento Especializado a deficientes substituiu em completo o ensino regular, e atualmente com esta questão da inclusão, muitos pensam que ocorrerá o contrário. Existe a idéia equivocada de que a inclusão “resolverá tudo”, como se a convivência e as múltiplas experiências na escola fariam o aluno ultrapassar suas limitações. Porém o Atendimento Especializado jamais poderá ser substituído a um portador de deficiência, ele apenas mudará seu foco em seus objetivos pedagógicos, se colocando como um apoio ao aluno, colaborando para que este se coloque como sujeito ativo, e que se sinta capaz de construir seus próprios conhecimentos. Portanto o ensino regular não será, em hipótese alguma, a única experiência pedagógica deste aluno.
Não tenho duvidas de que o desafio é grande, mas é preciso nos adequar a esta nova realidade, onde teremos que rever posições e atitudes, alterar nossos planejamentos, analisar condutas, enfim, estabelecer mais flexibilidade as nossas aulas...
e acima de tudo saber “ouvir” os alunos especiais, pois ninguém melhor do que eles saberá nos dizer como agir...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Analisando o PA dos colegas

A orientação do SI para que cada aluno deste curso avaliasse um Projeto de Aprendizagem construído por um grupo de colegas, provocou uma série de mudanças na forma de pensar e encarar nosso próprio PA.
Na medida em que cada item do roteiro a ser seguido para analise era sendo explorado, ia me remetendo ao meu trabalho e percebia neste vários pontos a serem melhorados e/ou aprimorados, fortalecendo as aprendizagens sobre esta temática pedagógica.
O PA dos colegas foi analisado sob vários aspectos:
* Objetivos da atividade;
* Sobre o contexto;
* Sobre a questão principal;
* Sobre as certezas e duvidas;
* Sobre as buscas e construção de novas relações;
* Sobre os mapas;
* Sobre o conteúdo publicado;
* Sobre os registros do processo;
* Sobre a estética/usabilidade.

O exercício do espírito crítico sempre é promissor de aprendizagens, e neste caso foi capaz de me “clarear os olhos”, pois passei a sentir falta em meu trabalho de aspectos fundamentais em um PA como a interdisciplinaridade. Existe a necessidade de que ele seja interdisciplinar para que rompa com concepções tradicionais de ensino.
Convém ressaltar que minhas concepções de ensino norteiam a questão da interdisciplinaridade, porém esta não ocorreu em meu PA, ficamos presos a uma área do conhecimento Ciências-metabolismo e a relação desta área do conhecimento com outras se tornou muito difícil.
Ao final desta atividade, me coloco a processar a idéia de refazer meu trabalho juntamente com minhas colegas de grupo, para aproximá-lo mais do que exige esta metodologia diferenciada de se fazer pesquisa.
Meu relatório encontra-se em:

segunda-feira, 30 de março de 2009

EM BUSCA DE UMA ANCESTRALIDADE

Quanta emoção a primeira atividade proferida pela interdisciplina: Questões Étnico Raciais na Educação, Sociologia e História me proporcionou!
Visualizar fotografias de alguns membros de minha família (alguns deles já falecidos) buscando nelas alguma semelhança em minha pessoa foi como me ver um pouquinho em cada um deles.
Compreendi que em cada um de nós existem traços visíveis ou não de nossos ancestrais, pessoas que merecem todo o respeito por terem acrescentado com suas experiências na rede familiar, enriquecendo e construindo nossa identidade.
No momento não posso afirmar que faço parte de uma determinada raça, pois raça remete a pureza, a fidelidade na perpetuação de características, e a mistura de características existente em meu ser, me torna parte de uma etnia que é mais flexível no que diz respeito a mistura de elementos da cultura. De fato somos como fios que formam uma teia extremamente resistente, todos os fios são diferentes seja na textura, na espessura ou na cor, porém todos são necessários para o perfeito acabamento da peça, pois seus traços típicos, suas individualidades formam o que ela tem de mais interessante, a exclusividade.


segunda-feira, 23 de março de 2009

Em eterno processo de formação...

As interdisciplinas de Psicologia juntamente com a de Filosofia da Educação, ambas do Eixo VI, me proporcionaram uma grande reflexão a cerca do meu crescimento em termos de produção textual no transcorrer desde curso.
A primeira atividade de Filosofia da Educação foi sobre a “estrutura de um argumento”. Este estudo me levou a compreender que: “Argumentar é ter a intenção de convencer ou justificar”, enquanto que a primeira atividade de Psicologia era justamente refletir sobre uma atividade realizada no eixo II e descrever sobre nossas impressões atuais sobre as respostas dadas lá no inicio do curso. E as impressões não foram boas.
Não que eu esteja contrária as minhas idéias anteriores, mas meus argumentos estavam de fato muito pobres e sem justificativas fortes que viessem a convencer alguém de sua veracidade.
Não me sinto envergonhada pela primeira produção, muito pelo contrário, me sinto sim muito orgulhosa da capacidade que adquiri de produzir algo muito melhor. Tenho consciência que estou em processo de formação, num caminho longo e cujos resultados são cada vez mais visíveis sempre que olho para trás e vejo o quanto já cresci da mesma forma como olho pra frente e vejo o quanto ainda tenho que crescer para que eu chegue o mais próximo possível de ser um educador eficiente!

PORTFÓLIO DE APRENDIZAGENS - UFRGS


Olá, sejam muito bem-vindos ao meu portfólio de aprendizagens...
Este ambiente foi criado com objetivo de registrar as aprendizagens obtidas nas diversas interdisciplinas ao longo deste curso, bem como poder desenvolver o hábito de refletir sobre nossa caminhada e poder transmitir de forma organizada e coerente cada descoberta, agilizando assim o processo de resgate destes registros.



Graduanda: Gislaine Cardoso Aguiar
email: gislainecardosoa@gmail.com

"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, oferecendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."
PAULO FREIRE