O enfoque III da interdisciplina Questões Étnico-Raciais na educação: Sociologia e História, trouxe a proposta de realizarmos uma entrevista dialogada com alunos negros de nossa escola, onde a pergunta desencadeadora seria “Como você se sente como aluno(a) negro(a) nesta escola?”. Esta atividade possibilitou-me, como educadora, relacionar as dimensões afro-culturais apresentadas pelos alunos ao seu rendimento escolar. Realizei a entrevista com os 2 únicos alunos negros de minha escola, 2 irmãos e com características totalmente singulares um do outro.
O menino (14 na 6ª série), absolutamente reservado, não deixa transparecer seus sentimentos e emoções, raramente ouve-se sua voz na sala de aula, não obtém um bom rendimento escolar e parece indiferente ao que ocorre a sua volta, levando-me a crer que tenha sofrido algum ato discriminatório em sua trajetória de vida que fez com que diminuísse sua auto-estima e confiança inibindo seu desenvolvimento cognitivo.
Marilene Leal Paré em seu texto “Auto-imagem e Auto-estima na Criança Negra: um olhar sobre o seu Desempenho Escolar”, reforça esta idéia na medida em que compreende a descriminação ao aluno negro como fator principal para a repetência escolar, onde a mágoa, a tristeza, a baixa auto-estima dão origem a uma série de comportamentos negativos ao aluno como a vergonha de ser negro e o desgosto pela sua identidade afro, refletindo em seu baixo rendimento escolar.
Este fato pode ser compreendido ao analisarmos a postura contrária da menina entrevistada (9 anos na 4ª série) frente a sua negritude, ao mostrar-se absolutamente consciente de seu valor e de suas potencialidades enquanto negra, manifestando-se com destaque e exuberância, com sua alto-estima elevada, conseguiu alcançar sucessos sucessivos na sua aprendizagem escolar.
Hoje, mais do que nunca estamos envolvidos neste debate, onde renasce a reflexão sobre o papel da escola como espaço de recuperação e afirmação de identidades. Estas reflexões nos levam a levantar a bandeira por uma educação que respeite as especificidades de cada aluno, especialmente aqueles que trazem consigo um histórico de rejeição e discriminação, como é o caso do negro e do indígena. Da mesma forma, é preciso também que refletimos sobre o sistema educacional público e seu trabalho com relação a questões étnico-raciais, uma vez que crianças negras e pobres dependem desse sistema para continuar sua escolarização e, consequentemente sua profissionalização.
Ao final desta atividade, concluo que mais do que respeitar e “cobrar” respeito as características e dimensões do aluno negro, é preciso contextualizar a cultura afro na sala de aula no sentido de “cultivar” as infinitas expressões destes expressas no seu modo de vida , nas motivações, nas crenças, nos valores, nas práticas, nos rituais, na identidade, como condição para que este aluno não se sinta inferior aos outros e para que seja de fato respeitado e considerado na escola e na sociedade não apenas porque existem leis que punem atos de racismo, mas porque este tipo de comportamento é infundado e sem propósito.
O menino (14 na 6ª série), absolutamente reservado, não deixa transparecer seus sentimentos e emoções, raramente ouve-se sua voz na sala de aula, não obtém um bom rendimento escolar e parece indiferente ao que ocorre a sua volta, levando-me a crer que tenha sofrido algum ato discriminatório em sua trajetória de vida que fez com que diminuísse sua auto-estima e confiança inibindo seu desenvolvimento cognitivo.
Marilene Leal Paré em seu texto “Auto-imagem e Auto-estima na Criança Negra: um olhar sobre o seu Desempenho Escolar”, reforça esta idéia na medida em que compreende a descriminação ao aluno negro como fator principal para a repetência escolar, onde a mágoa, a tristeza, a baixa auto-estima dão origem a uma série de comportamentos negativos ao aluno como a vergonha de ser negro e o desgosto pela sua identidade afro, refletindo em seu baixo rendimento escolar.
Este fato pode ser compreendido ao analisarmos a postura contrária da menina entrevistada (9 anos na 4ª série) frente a sua negritude, ao mostrar-se absolutamente consciente de seu valor e de suas potencialidades enquanto negra, manifestando-se com destaque e exuberância, com sua alto-estima elevada, conseguiu alcançar sucessos sucessivos na sua aprendizagem escolar.
Hoje, mais do que nunca estamos envolvidos neste debate, onde renasce a reflexão sobre o papel da escola como espaço de recuperação e afirmação de identidades. Estas reflexões nos levam a levantar a bandeira por uma educação que respeite as especificidades de cada aluno, especialmente aqueles que trazem consigo um histórico de rejeição e discriminação, como é o caso do negro e do indígena. Da mesma forma, é preciso também que refletimos sobre o sistema educacional público e seu trabalho com relação a questões étnico-raciais, uma vez que crianças negras e pobres dependem desse sistema para continuar sua escolarização e, consequentemente sua profissionalização.
Ao final desta atividade, concluo que mais do que respeitar e “cobrar” respeito as características e dimensões do aluno negro, é preciso contextualizar a cultura afro na sala de aula no sentido de “cultivar” as infinitas expressões destes expressas no seu modo de vida , nas motivações, nas crenças, nos valores, nas práticas, nos rituais, na identidade, como condição para que este aluno não se sinta inferior aos outros e para que seja de fato respeitado e considerado na escola e na sociedade não apenas porque existem leis que punem atos de racismo, mas porque este tipo de comportamento é infundado e sem propósito.
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