domingo, 28 de junho de 2009

Filosofando sobre a profissão docente...

Vivemos em uma época marcada por uma crise dos valores éticos, onde muitas vezes o coletivo é sacrificado em favor de uma satisfação particular. Os autores Adorno e Kant encaram a educação, tanto a familiar como a escolar, como uma solução e um problema para esta crise, pois as veem como responsáveis pela formação intelectual dos indivíduos. Desta forma, ambas devem ser focos de constantes análises, estudos, e aperfeiçoamentos por parte daqueles que pretendem ensinar alguém, para que não favoreça a barbárie.
Os autores Kant e Adorno também destacam em seus escritos que somente por meio da educação é possível se chegar a um homem num estado melhor da espécie, isto é, um homem que seja capaz de construir suas próprias idéias libertando-se da insuficiência dos velhos conceitos perpassados pelo senso comum, um “homem humano”.
À luz das idéias de Kant e Adorno me remeto a sala de aula e percebo a urgência de buscarmos através da educação uma forma de desenvolver nos educandos suas capacidades de gerenciar seus pensamentos e agir com responsabilidade social, pois somente o exercício de uma educação voltada para a transformação, seria capaz de produzir a autoconsciência crítica naqueles que sem ela não teriam como hábito produzir suas próprias idéias através da reflexão.
É inadmissível que a escola contemporânea continue a reproduzir valores de uma elite que se mantêm em função da ignorância e ingenuidade do povo. Aí está fundamentada a educação “problema”, onde os alunos ainda recebem aulas expositivas, em cadeiras enfileiradas, calados, sem liberdade de expressão. Aprendendo a obedecer e a seguir ordens como se não tivessem direito de contestar. O desenvolvimento da autocrítica só é possível quando há o direito de todos exporem suas idéias e de argumentar sobre suas hipóteses num ambiente de respeito mutuo.
Acredito que a principal meta da educação pública é proporcionar ao educando não somente a aquisição de conhecimentos, como também formas de afastar-se de velhos conceitos, libertando-se das amarras da opressão e do monopólio da classe dominante, valores estes essenciais para a emancipação e libertação do individuo, na busca por uma sociedade mais justa e humanitária.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Desenvolvimento Moral - Uma reflexão sobre a violência na escola.

Um ganho muito grande na Aula 11 ministrata pela Interdisciplina Psicologia II, foi sem dúvida, a tomada de consciência, quanto ao que pode ser ou não um ato violento na escola.
O desenvolvimento moral da criança de dá em fases que correspondem ao seu desenvolvimento intelectual, assim muitas das situações agressivas que observamos em sala de aula, são apenas conseqüência do processo de maturação da criança.
Com base nas referencias de Piaget (1987), é possível afirmar que as crianças até em torno dos dez anos estão em plena construção das noções de justiça, solidariedade, intencionalidade e responsabilidade, o que as torna protagonistas de muitos conflitos. Assim, mesmo sem intenção de machucar, o objetivo era saciar o seu desejo, por isso, puxar, empurrar, morder parece ser uma decisão correta até certo ponto. Daí a grande importância da supervisão permanente de um adulto, para auxiliar a criança a interiorização de seus limites.
Estas situações freqüentes do cotidiano escolar formam um conjunto de oportunidades onde o professor, como adulto, poderá introduzir normas sociais a criança, apresentando parâmetros para que ela venha a agir moralmente. É essencial para o desenvolvimento moral da criança receber subsídios externos do ambiente em que vive, que auxiliem para a sua autonomia futura.
Enquanto educadores, nossa tarefa é sensibilizar a criança quanto ao sentido da cooperação e o respeito com outras crianças e adultos, introduzindo normas sociais voltadas para o bem comum. Piaget (1987) reforça a importância da orientação adulta para a estruturação do desenvolvimento moral, e afirma que ditar regras ou impô-las significa não favorecer a criança a construção da fase seguinte, a autonomia. Como coloca Macedo (2005, p. 146): “(...) Multas, repressões, advertências ou punições podem funcionar, pelo menos em curto prazo, mas pouco a pouco estragam aquilo que é base de toda a disciplina: a entrega de alguém à outra pessoa (ou idéia) que lhe serve de referência e sentido”. Assim, a autoridade precisa ser cautelosa e agir permeada de argumentação e possibilitar, na medida do possível, a reflexão da criança sobre as intenções em seus atos.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Questões Étnico-raciais na educação

A interdisciplina Questões étnico-raciais na Educação tem nos sensibilizado quanto a necessidade de inserir no currículo escolar praticas pedagógicas de caráter permanente, voltadas para as questões étnico-raciais.
Hoje, mais do que nunca estamos envolvidos neste debate, onde renasce a reflexão sobre o papel da escola como espaço de recuperação e afirmação de identidades. Estas reflexões nos levam a levantar a bandeira por uma educação que respeite as especificidades de cada aluno, especialmente aqueles que trazem consigo um histórico de rejeição e discriminação, como é o caso do pobre, do negro e do indígena.
Penso que cada criança possui um esquema de pensamento que a orienta sobre o que é bonito e feio, o ideal e o que deve ser evitado, fruto de sua cultura familiar e da imagem perpassada pelos meios de comunicação e até mesmo pela escola ao longo dos anos. É necessária a contextualização deste ideal em sala de aula, pois “... reproduzimos em nossa vida adulta o que foi registrado em nossa infância.”(Marilene Leal Paré, Auto-imagem e Auto-estima na Criança Negra: um olhar sobre o seu Desempenho Escolar), daí a grande importância de começar este trabalho voltado para questões étnico-raciais desde a educação infantil, onde o eurocentrismo ainda não está totalmente fixado e de onde irão aflorar estas concepções. Se as crianças, desde pequenas, conviverem e aprenderem a aceitar as diferenças do outro como uma forma de enriquecimento intelectual delas próprias, a possibilidade de se tornarem adultos preconceituosos é mínima.
É de suma importância à escola contemporânea abordar assuntos voltados para a questão étnico-racial em sala de aula, como forma fundamental para que estes alunos se reconheçam na diversidade social, valorizando e dialogando com outros modos de pensar e viver e, para que carreguem em suas memórias uma carga de saberes suficientemente capazes de abolir com qualquer sentimento de preconceito contra o que lhe possa parecer “diferente”.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Educação Especial

A interdisciplina de Educação Especial e seu trabalho voltado para inclusão, tem possibilitado nesta etapa de estudos, conhecer as principais características dos “sujeitos” de nosso estudo, isto é, os deficientes físicos, mentais e autistas.
As Unidades 4 e 5, trouxeram como sugestões vários vídeos com imagens reais de sala de aula, onde alunos deficientes usufruem da possibilidade de participar da vida social, convivendo e experienciando situações com outras crianças ditas “normais”. Vimos também que este estímulo deve iniciar já na educação infantil, pois quanto mais precoce forem estimuladas, mais cedo inicia-se seu processo de desenvolvimento e suas chances de ultrapassar as barreiras de sua deficiência são maiores.
Na educação infantil, é importante que estas crianças participem de brincadeiras corporais e sensoriais e recebam estímulos musicais, afetivos, etc.
Podemos também conhecer aspectos da Tecnologia Assistiva (TA), que trata-se de um suporte e/ou recurso, usado pelo aluno deficiente físico para ampliar seu potencial e operar conforme suas limitações. Este recurso pode inclusive acompanhar o aluno para fora do ambiente escolar, colaborando para que sua vida social seja o mais independente possível.

Vídeos sugeridos para as Unidades 4 e 5:
Atendimento Educacional Especializado
Autismo (Cleonice Bosa)

PORTFÓLIO DE APRENDIZAGENS - UFRGS


Olá, sejam muito bem-vindos ao meu portfólio de aprendizagens...
Este ambiente foi criado com objetivo de registrar as aprendizagens obtidas nas diversas interdisciplinas ao longo deste curso, bem como poder desenvolver o hábito de refletir sobre nossa caminhada e poder transmitir de forma organizada e coerente cada descoberta, agilizando assim o processo de resgate destes registros.



Graduanda: Gislaine Cardoso Aguiar
email: gislainecardosoa@gmail.com

"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, oferecendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."
PAULO FREIRE