sexta-feira, 24 de abril de 2009

Filosofia da Educação: “O dilema do antropólogo francês” X “Juízo moral”

Os dois textos sugeridos para leitura pela interdisciplina Filosofia da Educação: “O dilema do antropólogo francês” e “Juízo moral”, ambos traduções do professor Luiz Carlos da versão inglesa “The language of moralls”, nos coloca em situações de grande análise e questionamentos a cerca de atitudes proferidas por um pesquisador que tinha como princípios “nunca interferir no modo de vida dos povos que estudava”.
Ao ser perguntado em uma de suas viagens se, por ter pele branca, seria um mensageiro dos deuses, o antropólogo, responde que sim. Porém é surpreendido com uma pergunta ainda mais difícil dos habitantes da ilha: “todos os homens brancos são mensageiros dos deuses, ou as nossas crenças estão erradas?” Neste momento, o antropólogo, mesmo tendo consciência de que suas palavras não seriam verdadeiras, responde que “sim”. O que poderia ter motivado o antropólogo a fazer tal afirmação, condenando este povo a ficar a mercê de visitantes mal intencionados?
A resposta é: seus princípios morais. De fato, seu juízo moral determinou que deveria ser conivente com o pensamento existente na ilha para que assim não interferisse na cultura existente nela. Então surge uma outra questão a ser analisada, até que ponto esta justificativa é válida? Os fins justificam os meios?
Estamos num processo de analise grandioso nesta interdisciplina cujos conceitos permeiam argumentos, premissas, condutas, princípios morais. E as descobertas estão surgindo em meio a momentos de muitos questionamentos e reflexões. Não poderia ser diferente em se tratando de filosofia, não é mesmo????

3 comentários:

Rosângela disse...

Oi Gislaine, tua reflexão evidencia que a ideia de 'verdade' é sempre algo relativo, pois depende do ponto de vista daquele que argumenta/analisa. Isso nos ajuda a refletir sobre a postura do professor em sala de aula... O professor (e o aluno também) ainda estão muito presos a conceitos como certo/errado, verdadeiro/falso...Então como adotar uma postura mais relativizada, sem esse dualismo? Isso é possível? O que pensas sobre isso? E ainda: que contribuições a Filosofia pode oferecer para a construção desse pensamento menos dualista? Seguimos conversando! Beijos, Rô

Gislaine disse...

Oi Rosângela!
Acredito que, como professores e seres humanos, dotados de princípios morais construídos desde que nascemos, temos como pressuposto para nossa profissão sempre agir corretamente, pois somos tidos como exemplos a serem seguidos pelos nossos alunos com nossas atitudes e posturas diante do mundo. Porém, somos humanos e em alguns momentos da vida “erramos” ou agimos de forma equivocada, nestes casos a melhor alternativa é assumir o erro, arcar com as conseqüências e explicitar quais motivos nos levaram a determinada atitude.
A Filosofia tem contribuído bastante na elaboração destes conceitos, nos colocando permanentemente em situações extremamente dualistas, onde a escolha por uma decisão mais coerente, passa pela analise individual e o “ser” moral pode ser diferente para duas pessoas.
...como podemos construir uma imagem moralmente correta sem que tenhamos em nosso cotidiano a pratica da moralidade? A verdade é que, como professores, devemos sempre ser coerentes entre nosso discurso e nossa prática. Beijos Rô!

Rosângela disse...

Oi Gislaine,

Ainda que a determinação do que seja 'moral' dependa de cada um, o importante é ser coerente, ou seja, evidenciar uma relação entre discurso e prática... é isso que nos faz sentir sujeitos 'moralmente corretos'. Tal atitude é um bom começo para discussões acerca de ética e moral no espaço da sala de aula... fazer os alunos perceberem a necessidade dessa coerência...Gostei da nossa conversa!!! Beijos, Rô

PORTFÓLIO DE APRENDIZAGENS - UFRGS


Olá, sejam muito bem-vindos ao meu portfólio de aprendizagens...
Este ambiente foi criado com objetivo de registrar as aprendizagens obtidas nas diversas interdisciplinas ao longo deste curso, bem como poder desenvolver o hábito de refletir sobre nossa caminhada e poder transmitir de forma organizada e coerente cada descoberta, agilizando assim o processo de resgate destes registros.



Graduanda: Gislaine Cardoso Aguiar
email: gislainecardosoa@gmail.com

"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, oferecendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."
PAULO FREIRE