segunda-feira, 22 de setembro de 2008

A perspectiva weberiana de educação

O fórum de ECS alusivo às idéias de Weber sobre os tipos de dominação existente na sociedade, rendeu bastante discussão entre os participantes. Acompanhei desde o início as postagens dos colegas e por vezes me identifiquei com elas, principalmente no que diz respeito à postura adotada pela escola onde atuamos e também analisando nossa própria postura em sala de aula, na relação professor-aluno.
As considerações de Weber acerca dos três tipos de dominação legítima privilegiam uma conexão com as estruturas da educação ao longo da História. No patrimonialismo e no feudalismo, o objetivo da educação era a formação do “homem culto”, enquanto no capitalismo é a formação de especialistas para prosperar no mercado de trabalho. Para Weber, esse tipo de educação possibilita a formação de uma casta privilegiada que ocupa os cargos mais importantes na burocracia. As camadas dominantes, em cada período histórico, contribuem para a determinação das finalidades da educação. Assim, ao identificar os tipos de dominação presente na escola, percebo que fizemos parte de um grupo que ao longo dos anos perpetua o sistema de “dominação” das classes, ou seja, por anos a escola foi utilizada para preparar os indivíduos para a domesticação, para aceitar as ordens que a elite impunha através de normas e regras sociais. Atualmente, porém a educação é vista com outros olhos, temos em nossos objetivos pedagógicos mediar situações que favoreçam a construção de indivíduos capazes de dominar sua vida e seu futuro, e não apenas aceitar ordens sem questioná-las.
Porém, mesmo considerando as grandes mudanças ocorridas na educação em termos de manipulação e “domínio do pensar”, penso que muito ainda há para ser feito em prol de uma educação verdadeiramente democrática.
Para que a escola cumpra seu papel de entidade transformadora da sociedade, precisa necessariamente assumir muitas mudanças na sua conduta frente a seus educandos. Nestas mudanças inclui a elaboração do currículo respeitando o interesse e as experiências dos alunos; a observação permanente do crescimento do aluno como processo de avaliação; a descentralização de saberes dentro da sala de aula; dentre tantos outros absolutamente necessários para o predomínio da democracia educacional.
Para concluir minha analise, gostaria de empregar um trecho da colega Delaine que define muito bem a situação em que nós adoradores estamos inseridos: “Até quando estaremos escondidos atrás da máscara da democracia, usando artimanhas para impor nossa dominação? Até quando disfarçadamente seguiremos com esta dominação absurda sobre nossos alunos e ou semelhantes? De forma racional e passiva, impomos nossas idéias, exigimos, cobramos ,ameaçamos, obedecemos e somos obedecidos. Até quando diremos que somos lideres se na verdade somos dominadores?”
A realidade do ensino público e os diversos meios de dominação existente no mesmo ainda é um grande problema a ser enfrentado pelos governos, pela escola e por nós professores. A falta de democracia, a falta de ética profissional, a ineficácia dos parâmetros pedagógicos ainda estão em aberto. É preocupante a situação de controle a que estamos submetidos e que muitas vezes submetemos nossos alunos, mas penso e acredito que estamos a passos largos no caminho das mudanças.

Nenhum comentário:

PORTFÓLIO DE APRENDIZAGENS - UFRGS


Olá, sejam muito bem-vindos ao meu portfólio de aprendizagens...
Este ambiente foi criado com objetivo de registrar as aprendizagens obtidas nas diversas interdisciplinas ao longo deste curso, bem como poder desenvolver o hábito de refletir sobre nossa caminhada e poder transmitir de forma organizada e coerente cada descoberta, agilizando assim o processo de resgate destes registros.



Graduanda: Gislaine Cardoso Aguiar
email: gislainecardosoa@gmail.com

"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, oferecendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."
PAULO FREIRE