quarta-feira, 17 de junho de 2009

Desenvolvimento Moral - Uma reflexão sobre a violência na escola.

Um ganho muito grande na Aula 11 ministrata pela Interdisciplina Psicologia II, foi sem dúvida, a tomada de consciência, quanto ao que pode ser ou não um ato violento na escola.
O desenvolvimento moral da criança de dá em fases que correspondem ao seu desenvolvimento intelectual, assim muitas das situações agressivas que observamos em sala de aula, são apenas conseqüência do processo de maturação da criança.
Com base nas referencias de Piaget (1987), é possível afirmar que as crianças até em torno dos dez anos estão em plena construção das noções de justiça, solidariedade, intencionalidade e responsabilidade, o que as torna protagonistas de muitos conflitos. Assim, mesmo sem intenção de machucar, o objetivo era saciar o seu desejo, por isso, puxar, empurrar, morder parece ser uma decisão correta até certo ponto. Daí a grande importância da supervisão permanente de um adulto, para auxiliar a criança a interiorização de seus limites.
Estas situações freqüentes do cotidiano escolar formam um conjunto de oportunidades onde o professor, como adulto, poderá introduzir normas sociais a criança, apresentando parâmetros para que ela venha a agir moralmente. É essencial para o desenvolvimento moral da criança receber subsídios externos do ambiente em que vive, que auxiliem para a sua autonomia futura.
Enquanto educadores, nossa tarefa é sensibilizar a criança quanto ao sentido da cooperação e o respeito com outras crianças e adultos, introduzindo normas sociais voltadas para o bem comum. Piaget (1987) reforça a importância da orientação adulta para a estruturação do desenvolvimento moral, e afirma que ditar regras ou impô-las significa não favorecer a criança a construção da fase seguinte, a autonomia. Como coloca Macedo (2005, p. 146): “(...) Multas, repressões, advertências ou punições podem funcionar, pelo menos em curto prazo, mas pouco a pouco estragam aquilo que é base de toda a disciplina: a entrega de alguém à outra pessoa (ou idéia) que lhe serve de referência e sentido”. Assim, a autoridade precisa ser cautelosa e agir permeada de argumentação e possibilitar, na medida do possível, a reflexão da criança sobre as intenções em seus atos.

Um comentário:

Rosângela disse...

Oi Gislaine,

Tua reflexão traz uma série de elementos importantes para se discutir a questão da indisciplina na escola. Em geral, isso é um problema para o professor que, na maioria das vezes, sente dificuldade para lidar com situações conflituosas. Compreender o processo de desenvolvimento moral da criança é certamente o primeiro passo. Mas, além disso, é importante pensar sobre as regras que impomos aos alunos, buscando analisar em que medida elas possibilitam ao aluno a reflexão sobre suas atitudes e a interiorização dos limites. Ao punir e/ou agir com autoritarismo, muitas vezes, o que conseguimos é apenas conter o aluno por algum tempo e mais do conter o aluno é preciso fazê-lo refletir e, sobretudo, ajudá-lo a atribuir sentido às regras estabelecidas.
Parabéns pela tua reflexão...sempre tão crítica e consistente! Beijos, Rô Leffa

PORTFÓLIO DE APRENDIZAGENS - UFRGS


Olá, sejam muito bem-vindos ao meu portfólio de aprendizagens...
Este ambiente foi criado com objetivo de registrar as aprendizagens obtidas nas diversas interdisciplinas ao longo deste curso, bem como poder desenvolver o hábito de refletir sobre nossa caminhada e poder transmitir de forma organizada e coerente cada descoberta, agilizando assim o processo de resgate destes registros.



Graduanda: Gislaine Cardoso Aguiar
email: gislainecardosoa@gmail.com

"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, oferecendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."
PAULO FREIRE