sexta-feira, 24 de abril de 2009

Filosofia da Educação: “O dilema do antropólogo francês” X “Juízo moral”

Os dois textos sugeridos para leitura pela interdisciplina Filosofia da Educação: “O dilema do antropólogo francês” e “Juízo moral”, ambos traduções do professor Luiz Carlos da versão inglesa “The language of moralls”, nos coloca em situações de grande análise e questionamentos a cerca de atitudes proferidas por um pesquisador que tinha como princípios “nunca interferir no modo de vida dos povos que estudava”.
Ao ser perguntado em uma de suas viagens se, por ter pele branca, seria um mensageiro dos deuses, o antropólogo, responde que sim. Porém é surpreendido com uma pergunta ainda mais difícil dos habitantes da ilha: “todos os homens brancos são mensageiros dos deuses, ou as nossas crenças estão erradas?” Neste momento, o antropólogo, mesmo tendo consciência de que suas palavras não seriam verdadeiras, responde que “sim”. O que poderia ter motivado o antropólogo a fazer tal afirmação, condenando este povo a ficar a mercê de visitantes mal intencionados?
A resposta é: seus princípios morais. De fato, seu juízo moral determinou que deveria ser conivente com o pensamento existente na ilha para que assim não interferisse na cultura existente nela. Então surge uma outra questão a ser analisada, até que ponto esta justificativa é válida? Os fins justificam os meios?
Estamos num processo de analise grandioso nesta interdisciplina cujos conceitos permeiam argumentos, premissas, condutas, princípios morais. E as descobertas estão surgindo em meio a momentos de muitos questionamentos e reflexões. Não poderia ser diferente em se tratando de filosofia, não é mesmo????

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Mosaico Étnico-racial...

O desafio de elaborar um mosaico numa turma da escola me cobrou um longo tempo de analise. Em primeiro lugar não conseguia ver nesta atividade uma forma clara de se trabalhar a diversidade existente no entorno das crianças, em segundo lugar, foi com relação a própria elaboração da atividade, não encontrava uma maneira de construir este mosaico de forma criativa e que viesse a despertar nos alunos o aprendizado que buscava.
Após dias de análise descobri uma forma de fazer desta atividade um despertar da turma para a descoberta de novos povos, novas culturas, novas etnias bem como para que as diferenças encontradas sejam aprofundadas e respeitadas.
A atividade foi aplicada numa turma de 4ª série, com 10 alunos, dentre estes 6 meninas e 4 meninos. No dia anterior a atividade, fotografei a turma e no dia seguinte levei-as já centralizadas focalizando o rosto de cada um.
A turma foi dividida em dois grupos, sendo que um deles construiria o mosaico recortando as fotos da turma em triângulos e o outro faria o mesmo mosaico com imagens recortadas de revistas. Minha intenção era poder trabalhar a diversidade de nossa sala de aula e posteriormente abranger esta reflexão para a diversidade existente em nossa sociedade.
Entre questionamentos e respostas, este trabalho resultou na compreensão de que não fizemos mais parte de uma determinada raça e sim de uma etnia, de uma cultura que recebeu influencias de tantas outras que não pode mais ser considerada pura, somos resultado de uma composição étnico-racial. Cada um de nós é diferente em muitos aspectos, na cor do cabelo, nos olhos, no conhecimento que construímos, no entanto somos semelhantes em muitas coisas, por exemplo, nos elementos de uma cultura que é ou foi comum para muitos.
As diferenças existem e é preciso aprofundar nossos conhecimentos a cerca delas para podermos compreender suas razões de ser.
A novela “Caminho das Índias” foi um exemplo claro descrito pelos alunos de inicial repulsa e de posterior admiração. Quando a novela começou a ser exibida, muitos relataram que não gostaram dela, pois as imagens apresentadas eram muito diferentes da nossa forma de viver: as roupas, as crenças, os costumes, a religiosidade, o transito; porém na medida em que foram assistindo e conhecendo melhor a cultura indiana, passaram a gostar e a respeitar as diferenças encontradas.
Não existe uma cultura que seja inferior ou superior a outra, existem culturas diferentes, que precisam ser conhecidas para poderem ser compreendidas e respeitadas.
Em nossa sala de aula, ainda que existam diferentes culturas, nunca presenciei uma cena de discriminação ou racismo. Percebo apenas que os meninos não gostam de se agrupar com as meninas e vice-versa, mas desde que iniciei minha caminhada no magistério, percebo que esta falta de afinidade pelo sexo oposto acontece com freqüência nas escolas.
Ao final desta atividade, me coloco no lugar de quem muito mais que ensinou, aprendeu. Jamais imaginei que os alunos fossem me dar tantas oportunidades de questionamentos e que fossemos ir tão longe nas questões culturais existentes em nosso entorno. Não estou subestimando meus alunos, muito pelo contrário, estou muito orgulhosa da capacidade que demonstraram de ir muito além do que eu própria esperava que fossem.
Não tenho duvidas de que esta foi apenas a atividade inicial para contextualizar este tema, e que a partir desta aula, as curiosidades demonstradas pelos alunos servirá de suporte para novas pesquisas e descobertas sobre os diversos povos, as diversas culturas, as diversas composições etnico-raciais existentes em nossa sociedade.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Educação Especial

O espaço oferecido no fórum intitulado: “Educação Especial: histórias e políticas” para debatermos questões referentes a Educação Especial e suas conquistas ao longo da historia, está sendo de muita valia a nós professores, de certo modo ainda muito inseguros com relação a este assunto.
Algumas colegas relatam suas preocupações com relação a inclusão de pessoas com necessidades especiais ser apenas “perda de tempo” para estes alunos, pois observam muitos alunos inclusos serem tão ou mais excluídos na escola regular do que em classes especiais. Além deste argumento muitos colegas, descrevem a triste realidade de presenciar encaminhamentos de alunos para acompanhamento especializado sem necessidade de tal apoio, ficando claro o desinteresse deste profissional para com seus alunos e evidenciando que seu comprometimento será mínimo com um aluno especial que eventualmente frequentará suas aulas.
Vale ressaltar, porém, que historicamente o Atendimento Especializado a deficientes substituiu em completo o ensino regular, e atualmente com esta questão da inclusão, muitos pensam que ocorrerá o contrário. Existe a idéia equivocada de que a inclusão “resolverá tudo”, como se a convivência e as múltiplas experiências na escola fariam o aluno ultrapassar suas limitações. Porém o Atendimento Especializado jamais poderá ser substituído a um portador de deficiência, ele apenas mudará seu foco em seus objetivos pedagógicos, se colocando como um apoio ao aluno, colaborando para que este se coloque como sujeito ativo, e que se sinta capaz de construir seus próprios conhecimentos. Portanto o ensino regular não será, em hipótese alguma, a única experiência pedagógica deste aluno.
Não tenho duvidas de que o desafio é grande, mas é preciso nos adequar a esta nova realidade, onde teremos que rever posições e atitudes, alterar nossos planejamentos, analisar condutas, enfim, estabelecer mais flexibilidade as nossas aulas...
e acima de tudo saber “ouvir” os alunos especiais, pois ninguém melhor do que eles saberá nos dizer como agir...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Analisando o PA dos colegas

A orientação do SI para que cada aluno deste curso avaliasse um Projeto de Aprendizagem construído por um grupo de colegas, provocou uma série de mudanças na forma de pensar e encarar nosso próprio PA.
Na medida em que cada item do roteiro a ser seguido para analise era sendo explorado, ia me remetendo ao meu trabalho e percebia neste vários pontos a serem melhorados e/ou aprimorados, fortalecendo as aprendizagens sobre esta temática pedagógica.
O PA dos colegas foi analisado sob vários aspectos:
* Objetivos da atividade;
* Sobre o contexto;
* Sobre a questão principal;
* Sobre as certezas e duvidas;
* Sobre as buscas e construção de novas relações;
* Sobre os mapas;
* Sobre o conteúdo publicado;
* Sobre os registros do processo;
* Sobre a estética/usabilidade.

O exercício do espírito crítico sempre é promissor de aprendizagens, e neste caso foi capaz de me “clarear os olhos”, pois passei a sentir falta em meu trabalho de aspectos fundamentais em um PA como a interdisciplinaridade. Existe a necessidade de que ele seja interdisciplinar para que rompa com concepções tradicionais de ensino.
Convém ressaltar que minhas concepções de ensino norteiam a questão da interdisciplinaridade, porém esta não ocorreu em meu PA, ficamos presos a uma área do conhecimento Ciências-metabolismo e a relação desta área do conhecimento com outras se tornou muito difícil.
Ao final desta atividade, me coloco a processar a idéia de refazer meu trabalho juntamente com minhas colegas de grupo, para aproximá-lo mais do que exige esta metodologia diferenciada de se fazer pesquisa.
Meu relatório encontra-se em:

PORTFÓLIO DE APRENDIZAGENS - UFRGS


Olá, sejam muito bem-vindos ao meu portfólio de aprendizagens...
Este ambiente foi criado com objetivo de registrar as aprendizagens obtidas nas diversas interdisciplinas ao longo deste curso, bem como poder desenvolver o hábito de refletir sobre nossa caminhada e poder transmitir de forma organizada e coerente cada descoberta, agilizando assim o processo de resgate destes registros.



Graduanda: Gislaine Cardoso Aguiar
email: gislainecardosoa@gmail.com

"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, oferecendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."
PAULO FREIRE