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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Reflexão a partir de um comentário...

Existem muitas semelhanças entre educação de jovens e adultos e educação infantil, se levarmos em consideração que um planejamento para jovens e adultos precisa partir da realidade e dos conhecimentos construídos ao longo dos anos por estes educandos, utilizando de uma metodologia que se ajuste a estas características, possibilitando que o ensino/aprendizagem possa fluir de forma prazerosa e desafiadora, garantindo o interesse e a permanência destes na escola, estamos pensando numa boa alternativa para a educação infantil.
O que importa neste caso, é não levarmos propostas infantis para o trabalho com jovens e adultos, uma vez que este grupo possui uma trajetória de vida mais longa (e provavelmente mais complexa), repleta de experiências, saberes, reflexões sobre si, o outro e o mundo, e com uma imagem subjetiva da sua própria capacidade de aprender e de produzir conhecimento, imagem esta que aflora no retorno a escola, produzindo um significado todo especial às vivências escolares, que precisam ser levadas em conta no momento de planejar , desenvolvendo uma pratica voltada para estes aspectos.
Seguimos conversando...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Os desafios da EJA


Mais uma vez venho refletir sobre os ensinamentos proferidos pela interdisciplina de EJA. As discussões ocorridas na aula presencial e nas propostas de trabalho, fizeram com que eu, cada vez mais, me encantasse pelo desafio de escolarizar jovens e os adultos. Minhas reflexões postadas neste ambiente no início do semestre, parecem simplistas de mais, frente ao que penso agora sobre esta temática. Por várias vezes, insisti na necessidade de respeitar os conhecimentos trazidos pelos alunos como se esta estratégia fosse exclusivamente a chave para o sucesso do trabalho pedagógico com jovens e adultos em sala de aula.
Muito mais do que respeitar os conhecimentos e dar significado a eles dentro da sala de aula, é preciso ampliar este conhecimento, dando oportunidades para que os alunos discutam, compreendem e interpretem o mesmo, aproximando-o criticamente deste contexto. Assim, o processo de alfabetização acontece naturalmente, em meio a debates sobre a realidade de cada um e a realidade da comunidade em que vivem, apontando problemas, dificuldades, possíveis causas e soluções.
Desta forma os alunos dão sentido ao que aprendem, e são “reencantados” a acreditarem na possibilidade de mudar o mundo que receberam.
Muitas vezes este processo demora anos para apresentar avanços, já que o público jovem e adulto possui uma característica muito particular de construir conhecimento, uma vez que cresceram, se constituíram como cidadãos sem precisar dos conhecimentos escolares para sobreviver. Daí a importância do professor estar atento as peculiaridades de seu grupo, auxiliando, dando autonomia para que busquem por suas respostas, para que seus saberes, suas visões de mundo dialoguem com outros saberes e possam ser ampliados.
Termino com algumas palavras de Paulo Freire ouvidas no filme assistido na aula presencial e carinhosamente anotadas por mim: “Precisamos ter o gosto da briga, o gosto da luta pela superação de nossos obstáculos”.
A educação de jovens e adultos é ainda um desafio, mas um desafio provocador para aqueles que acreditam e lutam por uma sociedade mais justa, mais humana, mais igualitária.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

"Pedagogia da escuta"

A partir dos vários estudos proferidos pela interdisciplina de EJA, vejo que o trabalho com jovens e adultos necessita de um planejamento distinto do direcionado às crianças. Percebo que o maior desafio desta tarefa é tornar o ensino aprendizagem uma atividade envolvente aos alunos, e este é, indiscutivelmente, um desafio que enfrentamos com todos os alunos, de todas as idades, mas especialmente em EJA, esta atividade é ainda mais decisiva. E, definir por uma proposta interessante a estes alunos não é tarefa fácil, e para isso é fundamental OUVIR o que eles têm a dizer, é a chamada “pedagogia da escuta” que requer humildade, acolhimento, atenção e disponibilidade.
Paulo Freire (Educação,1994), relata que “o educador precisa partir do seu conhecimento de vida e do conhecimento de vida do educando, caso contrário, o educador falha”.
Nunca trabalhei com jovens e adultos, mas no conjunto de saberes que tenho como verdade no processo de aprendizagem, encontra-se a necessidade de partir da realidade de vida do aluno, dos conhecimentos que já possui, de suas dúvidas e indagações sobre o mundo para que o ensino se torne atrativo e significativo para ele.
Os jovens e os adultos trazem consigo uma bagagem de conhecimentos e experiências que a vida lhes ensinou, eles são, como disse a professora Anézia Viero na aula presencial, experimentados pela vida, e cabe ao professor aproveitar este manancial de conhecimentos trazidos pelos alunos para que este se “encontre” na sala de aula.
É preciso analisar também que muitos destes alunos têm uma imagem negativa da escola, seja pelas reprovações que tiveram, seja pela falta de estímulo encontrada anteriormente e relutaram muito para retornar a ela. Estes alunos precisam resgatar o sentimento se sentir-se capaz novamente, e a escola pode colaborar nesta tarefa, oferecendo a ele oportunidades de mostrar suas habilidades e conhecimentos construidos ao longo dos anos, no trabalho, na comunidade, na família.
Precisamos repensar a nossa pratica pedagógica como um processo de conscientização como um todo. Se conseguirmos enquanto educadores, fazer com que nosso aluno se perceba como sujeito da sua própria aprendizagem, muitos problemas educativos atuais estarão solucionados, especialmente em EJA, o problema da evasão.
Infelizmente a grande maioria dos alunos em EJA direcionam seus estudos basicamente para conseguir um emprego melhor, para tirar a carteira de habilitação, para não depender mais dos outros para escrever ou ler um bilhete. Isto nos leva a levantar a bandeira por uma educação inovadora, que mude esta concepção onde o estudo, a educação tem fim quando acaba o ano letivo, quando o sucesso vem numa “nota” boa na prova. A educação vai muito além do que se é discutido em sala de aula, mas pode começar nela. A sala de aula pode significar a independência de muitos alunos, não somente pela alfabetização, mas pela ampliação de seus conhecimentos sobre o seu mundo, sobre a sua realidade.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Educação de Jovens e adultos - uma reflexão sobre as práticas de alfabetização

Homens e mulheres, por meio de sua ação intencional sobre o meio que os cerca, produzem socialmente o saber. Isto implica que ninguém é desprovido de conhecimento. O que há, segundo Freire, são saberes e culturas diferentes com as quais e nas quais temos que crescer enquanto sujeitos, mas sobretudo pelas quais temos que lutar. Jamais, portanto, para ele, devemos negar a cultura dos homens e das mulheres do campo; os seus saberes, suas culturas e tradições.
É, portanto, da riqueza dos seus saberes, de que devemos partir, para o desenvolvimento do processo de alfabetização, numa permanente relação dialética entre o saber popular e o saber sistemático.
Ler e escrever a palavra só nos fazem deixar de ser sombra dos outros quando, em relação dialética com a leitura do mundo, tem que ver com que o chamo a re-escrista do mundo, que dizer, com sua transformação. Daí a natureza política, não necessariamente partidária, da educação em geral, da de adultos e de alfabetização em particular” ( FREIRE, 2000, p.88).
Isso irá nos possibilitar, de forma consistente, desenvolver o que Freire denomina de leitura de mundo, como práxis pedagógica para a superação da consciência ingênua do alfabetizando para a construção de uma consciência crítica a despeito de sua realidade. Razão pela qual, Freire recusa toda e qualquer prática pedagógica tecnicista, onde o ensino da leitura e escrita se dão numa repetição mecânica das famílias silábicas ou na memorização de palavras alienadas. Para Freire, o conteúdo que vai mediar a relação entre os sujeitos para a produção da escrita e da leitura, deve necessariamente emergir da realidade do alfabetizando, é dela que surge o tema gerador o qual possibilitará uma problematização de forma interdisciplinar.
E em se tratando de jovens e adultos, esta concepção se torna ainda mais imperativa, uma vez que as marcas das experiências destes sujeitos se encontram ainda mais fortes e presentes não somente no meio familiar, mas no meio profissional, espiritual, etc.
A flexibilidade curricular deve significar um momento de aproveitamento das experiências diversas que estes alunos trazem consigo como, por exemplo, os modos pelos quais eles trabalham seus tempos e seu cotidiano.
Os alunos de EJA precisam “sentir-se” dentro da sala de aula através de situações pedagógicas que valorizem e que “dêem significado” as especificidades deste grupo, caso contrário o abandono da escola será a alternativa mais coerente a estes sujeitos

PORTFÓLIO DE APRENDIZAGENS - UFRGS


Olá, sejam muito bem-vindos ao meu portfólio de aprendizagens...
Este ambiente foi criado com objetivo de registrar as aprendizagens obtidas nas diversas interdisciplinas ao longo deste curso, bem como poder desenvolver o hábito de refletir sobre nossa caminhada e poder transmitir de forma organizada e coerente cada descoberta, agilizando assim o processo de resgate destes registros.



Graduanda: Gislaine Cardoso Aguiar
email: gislainecardosoa@gmail.com

"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, oferecendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."
PAULO FREIRE