Entreguei hoje a cada aluno uma fotografia da turma como recordação pelo tempo em que estivemos juntos.
Esperei que todos saíssem da sala para o recreio e coloquei sobre a mesa de cada um a foto junto de alguns bombons. Ao sinal para voltarmos para a sala, qual foi a surpresa! Adoro surpreender e adoro causar este tipo de sensação nos outros. Acho que o elemento surpresa, especialmente na sala de aula, cria um clima de alegria onde o inesperado estimula a memória e consequentemente o aprendizado. Neste momento, o que eu busquei foi apenas ver no rostinho deles um sorriso.
Nos abraçamos e, não posso negar, me emocionei.
Decidi entregar-lhes hoje a foto porque bem sei que amanhã, em razão da aula ser pela manhã, boa parte da turma irá faltar, e eu não gostaria de deixá-la para outra pessoa entregar.
Já estou sentindo saudades dos momentos que tivemos juntos, nossas aulas já têm um “gostinho” de despedida.
Lembro-me do primeiro dia, coração disparado, tensão causada pelo medo de não agradar. No início é “tiro no escuro”, não sabemos direito por onde começar. Posso estar aqui, confidenciando algo que deveria ficar oculto. Mas prefiro me abrir.
Agora, o sentimento é outro, ao mesmo tempo que me sinto aliviada pelo “dever cumprido” sinto que teríamos muitas outras coisas significativas para descobrirmos juntos e, o nosso tempo terminou.
Na última aula presencial, uma colega desabafou dizendo: queria que o estágio estivesse começando hoje! Estou com a mesma sensação. É como se a convivência com a turma tivesse aumentado minha capacidade de “acerta” nas escolhas. Lembra do poder de decisão, de que tanto comentei em minhas reflexões? Creio que a convivência, e a experiência é claro, apuram o faro para escolhas certas, principalmente na educação.
O erro é importante não só para o aprendizado do aluno, mas para nós, professores, ele também é construtivo, e a intensão não é exterminar com as situação de equívovo, mas sim, fazer com que elas sirvam de reflexão e de aprendizado sempre. Por que “somos seres inacabados”(Paulo Freire) há sempre novos erros a cometer, novas lições a aprender ...
quinta-feira, 17 de junho de 2010
quinta-feira, 10 de junho de 2010
E a Bruxa Onilda foi parar na África do Sul!
No início desta semana, a turma criou uma história onde a Bruxa Onilda viajava até a África do Sul para assistir aos jogos da Copa do mundo. Havia comentado com eles que a história criada poderia se transformar em livro, mas enquanto não viram, ou seja, enquanto não era concreto, parecia algo irreal, desejável mas irreal.
No dia seguinte que produziram o texto, levei a eles as páginas do livro, cada uma com um parágrafo da história para ser ilustrado. O que mais impressionou as crianças foi ver que a história que criaram estava escrita com “letra de computador”, (foram estas as palavras usadas pela turma) como se o contato com este tipo de letra fosse possível apenas nos livros...
Antes de distribuir as páginas entre os alunos para que ilustrassem, ressaltei que dependeria do empenho de cada um em realizar um trabalho bem feito, para a beleza e qualidade do todo.
E entenderam direitinho...eu sou suspeita em elogiar porque adoro desenhos infantis, ainda mais dos meus alunos, mas os desenhos ficaram mesmo impecáveis.
A professora titular, gostou tanto do trabalho que pediu para fazer cópias das páginas da história.
Assim poderia ter uma reprodução do livro produzido pela turma para posteriores estudos e exploração, inclusive com outras turmas da escola.
Avalio esta produção textual como mais uma atividade que, em absoluto, correspondeu aos meus objetivos, uma vez que alcançou o desejo e o interesse dos alunos, explorou um tema atual aproveitando o conhecimento que os alunos tinham sobre o assunto, trabalhou com o imaginário/a fantasia, e atrelou a tudo isto, um trabalho voltado para a alfabetização, onde o mais importante não é apenas aprender a ler e escrever, mas acima de tudo encontrar na leitura e na escrita fontes de prazer e de alegria.
As páginas da história "Bruxa Onilda vai à Copa", produzida pelo 1º ano da Escola Dom José Baréa podem ser acessadas no link abaixo:
Marcadores:
alfabetização crítica,
prazer em aprender,
texto coletivo
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Angústias do estágio
O estágio, nada mais é do que a aplicação de uma série de conhecimentois adquiridos durante o curso. Conhecimentos que, diga-se de passagem, estamos loucos para aplicar e comprovar na prática, os resultados.
Um dos principais objetivos que eu, enquanto estagiária tinha, era de desenvolver com minha turma projetos de aprendizagem, ou PA como chamávamos no curso.
E, como não poderia ser diferente, logo no início do meu efetivo trabalho docente, como estagiárioa, surgiram várias oportunidades de construir junto a turma PAs. Mas recebi um balde de água fria da escola onde estagiei, atraves da seguinte frase dita pela professora titular da turma: Precisas conferir se este assunto encontra-se no plano de estudo da turma (lista de conteúdos a serem trabalhados durante o ano letivo). E os assuntos, fonte de interesse e de curiosidade das crianças não estavam presentes na “famosa” lista de conteúdos.
Avalio esta condição, como a situação mais angustiante que vivi no meu estágio, quando não pude experienciar de algo que tanto quis e planejei.
Tentei em reunião pedagógica esclarecer meus objetivos enquanto estagiária, mas nem se sequer fui ouvida...
Agora, passadas algumas semanas consigo avaliar melhor o acontecido. Sinto muito por não ter tido “liberdade” para trabalhar segundo meus princípios, sinto mais ainda pelos alunos que deixaram de participar de algo que certamente mudaria suas vidas, e, sinto também pelos professores da escola que perderam a oportunidade de “aprender” uma prática inovadora, capaz de produzir aprendizagens significativas em seus alunos, fazendo deles parte integrante de suas próprias aprendizagens.
Um dos principais objetivos que eu, enquanto estagiária tinha, era de desenvolver com minha turma projetos de aprendizagem, ou PA como chamávamos no curso.
E, como não poderia ser diferente, logo no início do meu efetivo trabalho docente, como estagiárioa, surgiram várias oportunidades de construir junto a turma PAs. Mas recebi um balde de água fria da escola onde estagiei, atraves da seguinte frase dita pela professora titular da turma: Precisas conferir se este assunto encontra-se no plano de estudo da turma (lista de conteúdos a serem trabalhados durante o ano letivo). E os assuntos, fonte de interesse e de curiosidade das crianças não estavam presentes na “famosa” lista de conteúdos.
Avalio esta condição, como a situação mais angustiante que vivi no meu estágio, quando não pude experienciar de algo que tanto quis e planejei.
Tentei em reunião pedagógica esclarecer meus objetivos enquanto estagiária, mas nem se sequer fui ouvida...
Agora, passadas algumas semanas consigo avaliar melhor o acontecido. Sinto muito por não ter tido “liberdade” para trabalhar segundo meus princípios, sinto mais ainda pelos alunos que deixaram de participar de algo que certamente mudaria suas vidas, e, sinto também pelos professores da escola que perderam a oportunidade de “aprender” uma prática inovadora, capaz de produzir aprendizagens significativas em seus alunos, fazendo deles parte integrante de suas próprias aprendizagens.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Viajando na vassoura da Bruxa Onilda...
Bem sabemos que para se trabalhar com os pequenos precisamos “embarcar” na fantasia, em especial na fantasia trazida pelas histórias.
Decidi levar a história “Bruxa Onilda e a macaca” para as crianças e a partir dela um rico trabalho vem sendo desenvolvido com a turma e com suas famílias. Já trabalhamos Geografia, História, Matemática em torno dos ensinamentos trazidos ou possibilitados por esta história.
Nesta semana confeccionamos a boneca e a cada dia vivo o entusiasmo trazido por esta personagem. É como se ela tivesse criado vida! Algumas mães vem me perguntar se é verdade que a Bruxa Onilda vai visitar a casa delas, pois seus filhos falam muito neste dia.
É tudo que mais queremos enquanto educadores, não é mesmo? Ver a sala de aula invadindo a casa das famílias (invadindo no bom sentido) perceber que os alunos conseguiram “parar” a sua família, para contar de algo interessante que viu, ouviu ou fez na escola. E mais, conseguir que a família se sensibilize com a vivencia do filho.
Eu estou me realizando com esta experiência trazida pela Bruxa Onilda e, enquanto sentir a motivação das crianças ela vai continuar sendo nossa companheira de brincadeiras e estudos.
Decidi levar a história “Bruxa Onilda e a macaca” para as crianças e a partir dela um rico trabalho vem sendo desenvolvido com a turma e com suas famílias. Já trabalhamos Geografia, História, Matemática em torno dos ensinamentos trazidos ou possibilitados por esta história.
Nesta semana confeccionamos a boneca e a cada dia vivo o entusiasmo trazido por esta personagem. É como se ela tivesse criado vida! Algumas mães vem me perguntar se é verdade que a Bruxa Onilda vai visitar a casa delas, pois seus filhos falam muito neste dia.
É tudo que mais queremos enquanto educadores, não é mesmo? Ver a sala de aula invadindo a casa das famílias (invadindo no bom sentido) perceber que os alunos conseguiram “parar” a sua família, para contar de algo interessante que viu, ouviu ou fez na escola. E mais, conseguir que a família se sensibilize com a vivencia do filho.
Eu estou me realizando com esta experiência trazida pela Bruxa Onilda e, enquanto sentir a motivação das crianças ela vai continuar sendo nossa companheira de brincadeiras e estudos.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Primeira visita de estágio
Ontem, dia 19/05, recebi a primeira visita de estágio.
A minha supervisora Dóris Almeida, sempre sorridente e simpática ficou conosco cerca de meia hora e cativou os alunos. Em seguida depois da sua partida, as crianças já perguntavam quando ela voltaria.
Admito que fiquei ansiosa uma vez que a sensação de estar sendo avaliada não é nada agradável a ninguém, mas compreendo que são exigências do curso para nosso amadurecimento enquanto profissionais da educação e que, acima de tudo, aprendemos com estes momentos pois se faz necessário refletirmos sobre nossas ações, nossas escolhas, nossa prática já que estarão postas em "xeque" por outro olhar diferente do nosso.
Admito que fiquei ansiosa uma vez que a sensação de estar sendo avaliada não é nada agradável a ninguém, mas compreendo que são exigências do curso para nosso amadurecimento enquanto profissionais da educação e que, acima de tudo, aprendemos com estes momentos pois se faz necessário refletirmos sobre nossas ações, nossas escolhas, nossa prática já que estarão postas em "xeque" por outro olhar diferente do nosso.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Avaliando o uso de Glossários em turmas de alfabetização
Nesta primeira semana experienciando Glossário, penso que é uma atividade interessante aos alfabetizandos, porém, observo que ele limita a busca da criança pela sua aprendizagem no que diz respeito ao conhcer as letras, ao perceber seu valor sonoro.
Existe uma necessidade de o professor estar atento para que o aluno não se apoie no glossario a ponto de apenas realizar cópias e não se esforçar em escrever as palavras do seu jeito.
Percebi isso logo no início do uso do mesmo, quando as crianças, se dirigiam ao glossário e faziam as cópias das palavras sem nem ao menos refletirem sobre o que estavam escrevendo.
Penso que as crianças precisam passar por fazes no processo de apropriação da língua escrita, e é absolutamente normal que ela "coma" letrinhas ou substitua por outra de som semelhante.
Não considero desejável um aluno escrever perfeitamente uma palavra, se ele apenas memorizou a sua escrita atraves do glossário e não construiu conceitos fundamentais para que consiga ler e escrever outras palavras alé daquela decorada, além do mais, o que é apenas decorado se perde rapidamente.
Talvez seja cedo demais para eu estar chegando a esta conclusão, mas acredito que o uso do glossário somente é interessante e próprio a alfabetização, quando é utiizado de forma crítica pelos alunos, isto é, quando é utilizado como suporte em caso de dúvida na escrita de determinada palavra, somente depois de se ter tentado escrever a palavra desejada seguindo hipóteses sobre a escrita.
Não penso em cessar meu trabalho com glossários, muito pelo contrário, esta concepção construida por mim neste pequeno período de expereência com glossário na alfabetização, me aguçou ainda mais explorá-lo de outras formas, sempre conduzindo o aluno a tentar escrever de seu jeito determinada palavra, ainda que faltem letrinhas, e o glossário consultado para verificar se conseguiu realmente escrever o que queria.
Existe uma necessidade de o professor estar atento para que o aluno não se apoie no glossario a ponto de apenas realizar cópias e não se esforçar em escrever as palavras do seu jeito.
Percebi isso logo no início do uso do mesmo, quando as crianças, se dirigiam ao glossário e faziam as cópias das palavras sem nem ao menos refletirem sobre o que estavam escrevendo.
Penso que as crianças precisam passar por fazes no processo de apropriação da língua escrita, e é absolutamente normal que ela "coma" letrinhas ou substitua por outra de som semelhante.
Não considero desejável um aluno escrever perfeitamente uma palavra, se ele apenas memorizou a sua escrita atraves do glossário e não construiu conceitos fundamentais para que consiga ler e escrever outras palavras alé daquela decorada, além do mais, o que é apenas decorado se perde rapidamente.
Talvez seja cedo demais para eu estar chegando a esta conclusão, mas acredito que o uso do glossário somente é interessante e próprio a alfabetização, quando é utiizado de forma crítica pelos alunos, isto é, quando é utilizado como suporte em caso de dúvida na escrita de determinada palavra, somente depois de se ter tentado escrever a palavra desejada seguindo hipóteses sobre a escrita.
Não penso em cessar meu trabalho com glossários, muito pelo contrário, esta concepção construida por mim neste pequeno período de expereência com glossário na alfabetização, me aguçou ainda mais explorá-lo de outras formas, sempre conduzindo o aluno a tentar escrever de seu jeito determinada palavra, ainda que faltem letrinhas, e o glossário consultado para verificar se conseguiu realmente escrever o que queria.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Praticando e aprendendo...
Iniciei o trabalho hoje com glossário. A professora titular de minha turma costuma trabalhar seguindo esta metodologia e me passou a importancia deste trabalho especialmente na alfabetização onde o visual, o concreto é extremamente importante a aprendizagem.
Preparei todo o material pensando na melhor forma de administrar as informações, para que fossem atrativas, interessantes e ao mesmo tempo instigadoras às crianças.
Admito que será uma experiencia nova para mim que nem ao menos sabia o significado da palavra glossário até então, termo muito usado pelo GEEMPA, mas acredito que será uma experiencia única de experimentar algo novo e comprovar os resultados na prática.
Esta semana, como era de se esperar, em função da proximidade do dia das mães, ficamos envolvidos nos preparativos para homenagea-las. Avalio esta semana como muito produtiva , mas tmbém muito cansativa. No final do dia minhas pernas tremiam de cansaço, mas perceber a vibração da turma realizando algo que lhes causa interesse é indescritível e impagável.
Uma aluna pintando a caixa de MDF para presentear a mãe.
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PORTFÓLIO DE APRENDIZAGENS - UFRGS
Olá, sejam muito bem-vindos ao meu portfólio de aprendizagens...
Este ambiente foi criado com objetivo de registrar as aprendizagens obtidas nas diversas interdisciplinas ao longo deste curso, bem como poder desenvolver o hábito de refletir sobre nossa caminhada e poder transmitir de forma organizada e coerente cada descoberta, agilizando assim o processo de resgate destes registros.
Graduanda: Gislaine Cardoso Aguiar
email: gislainecardosoa@gmail.com
"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, oferecendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."
PAULO FREIRE
PAULO FREIRE