segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Escola, Cultura e Sociedade: uma abordagem sociocultural e antropológica


Émile Durkhein

A leitura do texto de Émile Durkhein “A educação como processo socializador: função homogeneizadora e função diferenciadora” me fez compreender aspectos referentes à sociedade e a educação que vem sendo perpetuada nela a partir da construção de modelos pré estabelecidos ao longo dos anos.
Em tempos remotos a educação já era vista como instrumento de reprodução da sociedade. Mesmo nas sociedades pré-históricas, onde ela ainda era igualitária e uniforme, já pretendia em sua pedagogia perpetuar noções de sobrevivência que viessem a responder as exigências da sociedade. Assim o homem alcançava a sabedoria através das ferramentas oferecidas pela educação.
Estas exigências, na história da humanidade, se tornaram cada vez mais complexas e se subdividiram em diversas áreas de conhecimento. Percebemos que os sistemas de educação, ao longo dos anos dependem de fatores comuns como a religião, a organização política, as ciências, o estado e as indústrias, etc.
Assim sendo, cada civilização, em seu tempo cronológico desenvolveu seus meios de educar seu povo, a serviço da sobrevivência da própria sociedade, conduzindo desta forma cada indivíduo a subordinar-se cegamente a coletividade e a tornar-se uma “coisa” da sociedade.
Segundo Durkhein, “Todo o passado da humanidade contribuiu para estabelecer esse conjunto de hoje”, é como se, durante toda a história da humanidade o homem fosse instruído para servi-la sem questioná-la ou julgá-la em prol da “sobrevivência” do grupo do qual faz parte.
É notório que o objetivo da educação atual continua sendo preparar indivíduos para se adaptarem a sociedade e a ela servirem sem questionar, e se conformar com costumes históricos que não os agrada. O autor afirma que a educação é exercida pelas gerações adultas sobre as gerações novas, diz ainda que a criança, ao nascer, traz consigo só a sua natureza de indivíduo. "A sociedade encontra-se, a cada nova geração, na presença de uma tábua rasa sobre a qual é necessário construir novamente", escreveu.
Acredito que nunca na história da educação, houve tanto estudo sobre a necessidade de encararmos a própria como meio de revolucionar a sociedade injusta e egoísta que aí está na qual vemos que o coletivo na maioria das vezes não é respeitado, em favor de uma satisfação individual e particular, será que realmente podemos dizer que a educação exerce hoje esse papel de socializadora como afirmava Durkhein?

Fonte literária:

DURKHEIM, Émile. A educação como processo socializador: função homogeneizadora e função diferenciadora In PEREIRA, LUIZ e FORACHI, Marialice. Educação e sociedade: leituras de sociologia da educação. 8. ed. São Paulo: Nacional, 1977. Disponível em http://www.ufrgs.br/tramse/pead/2006/01/educao-diferenciadora.htm

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

"Semestre das políticas"

Este, como disse a Professora Marie Jane em uma aula presencial, é o “semestre das políticas”. E como não poderia ser diferente, estamos recebendo informações sobre as diversas políticas que regem os sistemas de ensino por meio de leis e regras que tramitam na Educação Brasileira, através das diferentes interdisciplinas.
Falar sobre políticas públicas, não é tarefa fácil, ainda mais quando se foi criado de “olhos fechados” para este assunto. Na verdade, somos de uma geração que cultuava o 'silêncio' e ao 'não questionamento' do que nos vinha em forma de leis governamentais. Por isso, penso que este semestre, será como um “abrir os olhos” no sentido de nos clarear o caminho onde pisamos e onde construímos sonhos e o futuro.

terça-feira, 17 de junho de 2008

"Trabalhando com perguntas"

Após o estudo realizado na atividade “Trabalhando com perguntas”, mediado pelo SI IV, o ato de fazer perguntas passou a requerer certa habilidade do professor, tanto no momento de formular a pergunta como no momento da resposta. No processo ensino aprendizagem - que é um processo de comunicação - a interação entre professor e alunos torna-se imprescindível, e estes momentos interativos devem estar recheados de muitas perguntas e respostas de ambas as partes. Entretanto, eles não se resumem a um jogo de perguntas e respostas rápidas e sem contextualização e sim num ambiente agradável onde as respostas são construídas de forma cooperativa.
Perguntas do tipo: Quais são os estados físicos da água? São importantes, mas apelam apenas para a capacidade de repetir, de memorizar do aluno, que responderá: sólido, líquido e gasoso. Uma pergunta estimula o raciocínio do aluno dependendo da forma como ela é formulada. Se reformularmos a pergunta descrita acima para: Onde encontramos as diversas formas em que a água se apresenta na natureza? Esta pergunta estimulará um tipo de raciocínio útil ao aluno, e não uma simples repetição. A resposta será a mesma em relação à pergunta anterior, mas o processo do pensamento foi totalmente diferente nas duas situações.
Muitas são as perguntas que levam o aluno a raciocinar, a ter idéias diferentes. Tomamos por exemplos as seguintes perguntas mediadas pelo professor em sala de aula: A bola pode ser utilizada para algo diferente do jogo? O lápis de cor pode ser usado para algo diferente de colorir? O que acontecerá com os animais se esfriar muito? E se o tempo ficar muito quente?
Responder estas questões requer do aluno que se volte para suas experiências e conhecimentos já adquiridos e basear-se neles para elaborar uma resposta consistente e coerente para saciar o professor e a si mesmo. Neste processo enfrentado pelo aluno suas capacidades intelectuais são imensamente ampliadas, além de estar percebendo que em sua frente não há um ser isento de dúvidas, muito pelo contrário, passa ver seu professor como alguém que vive buscando respostas, que têm muitas dúvidas e busca diferentes alternativas de solucioná-las, que está aberto a receber perguntas e assumir junto ao indagador o compromisso da descoberta.
Sem dúvida a aprendizagem e a curiosidade andam de mãos dadas de forma que uma não existe sem a outra. Sendo assim, se torna indispensável estarmos sempre alerta para as oportunidades que eventualmente surgem em sala de aula, no sentido de transformar o ambiente escolar em uma fonte inesgotável de descobertas que acontecem em meio a perguntas e respostas “inteligentes”.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Vídeo na Educação

Quantas descobertas a interdisciplina das TIC’s tem me proporcionado! Nunca fui uma “expert” em informática, porém tudo que se refere a tecnologias sempre me chamou a atenção e me motivou a pesquisar mais sobre o assunto.
Os saits sugeridos pelo professor Eliseo tem se mostrado excelentes ferramentas em sala de aula, o RIVED, um dos endereços indicados pelo professor tem colaborado bastante na minha prática pedagógica, lá encontro diversas atividades que podem ser transferidas para um cartaz ou mesmo folha oficio para os alunos, relato esta realidade, pois minha escola não tem acesso à internet, e os alunos não podem ficar esperando por esta conquista de nossa escola...
A temática “Vídeo na Escola”, foi outra grande fonte de descobertas, já durante a pesquisa no Youtube para seleção de um vídeo interessante para trabalhar com os alunos, encontrei coisas maravilhosas sobre vários temas abordados em sala de aula como: separação do lixo, trânsito, seriação/ classificação, origames, dentre tantos outros.
Está sendo muito importante para mim, como educadora, estar podendo conhecer estes ambientes virtuais, estou me sentindo cada vez mais segura em estar utilizando das potencialidades da informática na minha sala de aula, e sem dúvida esta postura inovadora adotada pelo professor será necessária para que a educação não fique estagnada no tempo, perdendo a atenção dos alunos para algo mais atrativo e motivador.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Perguntas...

O Seminário Integrador através da atividade Lançamento de Perguntas me fez refletir sobre várias questões, tais como:
-De onde vem os Conteúdos Escolares, quem os seleciona, a partir de que critérios?
-O que faz dos conteúdos escolares mais importantes de serem trabalhados em sala de aula do que as dúvidas pessoais que afligem os alunos?
-Porque as perguntas dos alunos precisam se originar com horário e dia marcado através de uma história introdutória ou coisa parecida?
-O que faz de uma pergunta ser produtiva ou menos produtiva?
-Porque temos que responder todas as perguntas que nos são feitas em sala de aula?
E várias outras questões a este respeito.
Bem, em primeiro lugar preciso admitir que nunca tinha parado para analisar que uma simples pergunta lançada por um aluno poderia ser tema gerador (metodologia freireana) de uma série de assuntos importantíssimos de serem contextualizados em sala de aula.
O que acontece normalmente é que as perguntas são feitas pela criança e rapidamente são respondidas pelo professor, como se tivéssemos a obrigação de sanar a dúvida do aluno instantaneamente. Até mesmo quando aparecem aquelas perguntinhas indesejadas, “danadas” de se responder, sinônimo de aflição para o professor que tenta de uma forma ou de outra responder rapidamente, isso se não conseguir se esquivar dela a tempo.
Por que não devolver a pergunta ao aluno num tom de “O que tu achas que acontece?” ou “Na tua opinião, o que tu pensa que é isto?”
Talvez esta seja a melhor forma de se “responde-lo”, já que para formular a pergunta ele obviamente baseou-se em seus conhecimentos, neste sentido a aprendizagem partirá deste ponto...
Quem determina o que deve ser trabalhado em sala de aula é unicamente o professor que em meio à lista de Conteúdos a serem vencidos no ano, deve dar atenção especial às duvidas de seus alunos.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

A elaboração do PIE

Elaborar o Plano Individual de Estudos foi de grande valia para cada estudante deste curso. Isto porque a análise gerada em cada momento de sua criação nos fez refletir profundamente a cerca de nossos reais objetivos neste curso, sejam eles pessoais, profissionais ou estudantis.
Não foi uma atividade fácil, porque não bastava apenas propor objetivos em forma de aprendizagens e melhoramentos pessoais, era preciso mostrar o caminho para alcançá-los através da indicação de recursos e planejamento de estratégias, além de estipular prazos para estas conquistas.
A conclusão do plano se daria numa apresentação de evidências da sua realização.
Minha primeira versão ficou muito “genérica” (palavras da tutora Roberta) e necessitou de alguns reparos.
A sugestão para modificar meu PIE me fez repensar cada objetivo que elaborei inicialmente e eliminar vários deles que não estavam ao meu alcance, ora por serem de cunho coletivo, ora por se tratarem de verdadeiras utopias, desejos que não se alcançam em uma vida e que são almejados por todos que têm algum vinculo com a educação, como: Colaborar para o desenvolvimento de cidadãos críticos...
Ao final deste trabalho me vejo mais realista (pé no chão) quanto aos meus desejos e anseios, consigo me colocar no ligar de alguém que mesmo disposto a muito prender e ensinar não pode mudar o mundo.

terça-feira, 6 de maio de 2008

De vezes e de dividir

A interdisciplina de Representação do Mundo pela Matemática me proporcionou uma nova visão quanto ao momento de abordar a divisão e a multiplicação nas séries iniciais. Por serem consideradas complicadas, a divisão e a multiplicação só apareciam no currículo depois que as crianças dominassem bem a adição e a subtração, algo que eu concordava plenamente. Porém desde cedo as crianças têm grande capacidade de operar com estas noções matemáticas, e os alunos só tem a ganhar quando aprendem todos os conceitos desde o início da escolaridade.
A Teoria dos Campos Conceituais, do psicólogo francês Gérard Vergnaud, afirma que problemas envolvendo várias situações devem ser explorados em um trabalho continuado que percorra toda a escolaridade da criança, evidenciando as relações existentes entre as operações, mesmo antes da sistematização de seus algarismos.
As atividades abordando multiplicação e divisão nas primeiras séries do ensino fundamental devem ser orientadas didaticamente de forma prazerosa e que venham a provocar o aluno a resolver situações concretas de seu cotidiano, com o uso de materiais que estejam ao seu alcance, para que possam elaborar hipóteses e discutir estratégias.
É muito importante estimular os pequenos a discutir suas idéias com seus colegas, pois cada um terá uma forma diferente de se chegar ao mesmo resultado e a existência destas conjecturas é extremamente importante para a construção das primeiras relações da criança com a matemática.


PORTFÓLIO DE APRENDIZAGENS - UFRGS


Olá, sejam muito bem-vindos ao meu portfólio de aprendizagens...
Este ambiente foi criado com objetivo de registrar as aprendizagens obtidas nas diversas interdisciplinas ao longo deste curso, bem como poder desenvolver o hábito de refletir sobre nossa caminhada e poder transmitir de forma organizada e coerente cada descoberta, agilizando assim o processo de resgate destes registros.



Graduanda: Gislaine Cardoso Aguiar
email: gislainecardosoa@gmail.com

"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, oferecendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."
PAULO FREIRE